segunda-feira, 26 de abril de 2010

O desejo

O ser humano é um eterno insatisfeito, sempre desejando tudo em função do outro. Fico pensando na minha própria constante insatisfação a cerca da vida, como se nada melhor pudesse acontecer, não posso concordar com Freud, porque sou humana e nenhum humano pode admitir facilmente que sua vida será sempre uma falta. A gente quer viver cheio e completo, mas é verdade que quando alcançamos um desejo, passamos a almejar outro. A felicidade é inalcançável, podemos viver momentos alegres, mas nunca estamos completamente felizes, realmente sempre falta algo, material ou imaterial.
Tenho me sentido podada, como se uma das asas me fosse arrancada, me impedindo de voar, se é que algum dia eu voei na posse das duas asas. Sinto me como um passarinho que caiu do ninho e está perdido, sozinho e com fome. Fome de vida, de amor, de afeto, fome... não é do alimento que nutre o corpo mas do alimento que nutre a alma.
Olho em volta e vejo pessoas tão frias, tão egoístas, pessoas ridículas que mendigam atenção e que são capazes de ferir, magoar o próximo para se sobressair ou por instinto de defesa. Eu, às vezes, me sinto mais uma dessas pessoas ridículas no mundo, incapaz de alimentar qualquer pequeno pássaro que caiu do ninho.
Estou aqui, falando de pássaros caídos, justo eu que tenho medo desses bichos com penas, deve existir dentro de cada um, um pássaro, com penas, e eu devo temer o meu próprio pássaro, sempre cortanto suas asas e o impedindo de voar. Aprisionando ele na gaiola da minha alma, se bem que a alma não pode ter gaiolas. Talvez esteja preso naquilo que Freud chama de inconsciente.
O que desejo? de verdade? já não sei, porque o que adianta desejar se sempre me faltará algo? talvez eu quisesse ter as duas asas e voar, livremente, pelos lugares mais lindos da terra. Mas não me contentaria em ter apenas as duas asas e voar, do que adiantaria contemplar o mundo e suas belezas sozinha? Eis ai a insatisfação, precisamos sempre de uma outra pessoa, que esteja ao nosso lado e que possa contemplar ao nosso lado as belezas da terra, que possa sentir a mesma brisa, o mesmo perfume, sentir o calor das mesmas estações.
Não quero ser sempre o pássaro que caiu do ninho, ou ser aquela que aprisiona o pássaro. Quero voar livre e acompanhada. Sentir a vida no vento que toca minha pele. Desejo o desejo do outro, o desejo de estar voando feliz, por estar ao meu lado. Desejo ser alimento e ser alimentada. Desejo o amor, que é o alimento da alma.

terça-feira, 20 de abril de 2010

O solista

Esse filme é encantador, nos põe a pensar sobre diversos assuntos, entre eles a amizade, o talento, a vida nas ruas, a esquizofrenia... Adoro filmes baseados em histórias reais, porque a vida real retratada ganha muita mais emoção do que a simples ficção. Saber que existiu um talento tão grande,e que esse talento o levou a doença, às ruas, a uma vida solitária, nos leva as mais profundas reflexões. Essas reflexões mexeram com o jornalista Steve Lopez, de certa forma mudaram sua vida.
Nathaniel desde pequeno era apaixonado pela música e principalmente por Beethoven, tocava divinamente, seu violão celo era seu grande amigo e companheiro, em sua juventude foi morar sozinho para estudar música e os sintomas da esquizofrenia apareceram, impedindo que sua carreira pudesse prosseguir, assim como a própria vida social, deixou seu lar, procurando proteção nas ruas, num mundo particular.
O encontro entre Nathaniel e Steve aconteceu "por acaso" do destino e mudou suas vidas, uma amizade nasceu do encontro dos dois e permitiu resgatar o talentoso Nathaniel das ruas.
A doença é cruel, às vezes aliena o individuo, e é dificil aceitar uma doença que transforma o próprio mundo numa fantasia. Não chame de louco aquele que você não conhece, não chame de preguiçoso, não chame de vagabundo, antes de tentar compreender a história que o construiu.

"As escolas fecham os olhos ao bullying"

Essa semana na revista Isto É, uma entrevista me chamou atenção, "As escolas fecham os olhos ao bullying", quem fala sobre o assunto é o especialista Allan Beane. Começa falando dos sintomas que a pequena princesa do Japão, Aiko, apresentou e a fez faltar 6 dias na escola, Aiko tem 8 anos, depois de ser zombada por coleguinhas na escola apresentou dores de estomago e ansiedade, depois desse exemplo segue outro cruel, uma garota de 15 anos suicidou-se, nove adolescentes foram indiciados após os suicidio, que possivelmente foi motivado por bullying. Eu acredito que de alguma forma sempre existiu entre as crianças uma forma de bullying, mas atualmente ele tem sido mais cruel. Para Beane hoje os pais são muito permissivos, ou agressivos demais, a sociedade está cada vez mais violenta, e as novas gerações parecem insensíveis a essa violência por estarem tão acostumadas a ela.
O que me chamou atenção de fato foi uma parte grifada que dizia: "A existência de um "melhor amigo" reduz drasticamente a duração e o sofrimento da vítima de bullying", com certeza ter amigos e fazer parte de um grupo pode proteger e fortalecer a auto-estima das crianças. Eu acredito que o sistema educacional hoje enfrenta diversos problemas, um deles é essa exagerada permissividade, os professores já não possuem a autoridade devida. Me lembro ainda dos meus tempos de pré-escola onde o professor precisava falar apenas 1 vez para ser ouvido, compreendido e obedecido. Hoje em dia é diferente, não existe mais respeito aos mais velhos, ou aos superiores. Hoje estou na faculdade, vejo que as gerações mais novas tem uma visão totalmente diferente da minha, eu fui criada ainda num sistema meio autoritarista, e continuo achando que quem manda é o professor, enquanto as novas gerações querem ser os donos da verdade. Tenho saudades daquela minha época de criança, porque era divertido e fácil ser criança, hoje em dia pode até ser torturante. Me lembro que existiam crianças perversas, maldosas, mas eu tinha amigos, e nós tentavamos nos defender como dava, hoje em dia parece que é cada um por si, mesmo entre as crianças. Quando os contos de fadas tinham seu valor simbólico, de o bem vence o mal, tudo era mais simples, hoje a televisão, os filmes, os novos modelos de herois, muitos preferem ser o lado mau da história, o vilão, porque o bonzinho sofre demais. Eu acho que mesmos esses pequenos vilões, poderiam receber algum tipo de olhar especial, os pedagogos hoje enfrentam situações complicadas, existe a necessidade de criar e estabelecer novas maneiras para lidar com essa geração, restabelecer o respeito, de certa forma, restabelcer a autoridade do educador, educador esse que não é apenas o professor, mas também o pai, a mãe, o avô, a avó... talvez fosse necessário pensar num educador para o educador.
Tem aquela frase: Gentileza gera Gentileza, e é bem isso que deveria ser plantado na infância, existem pais que sentem orgulho por ter filhos valentões, um absurdo!Os pais devem sentir orgulho dos filhos quando esses são exemplo pra sociedade, e não quando eles a tornam um caos, ferindo aos outros, fisica ou psicologicamente, devem ter orgulho dos filhos que ajudam o próximo, que melhoram a vida e o meio em que viviem, não ter orgulho de um filho que leva um outro ser humano a desistir da vida.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Estava acostumado com problemas difíceis e, que, ele como Matemático, sabia que TODOS os problemas tem solução e, além disso, existem várias maneiras de resolver o mesmo problema. (Jonh Nash, Nobel de economia)