O mundo está cheio, repleto, transbordando de hipocrisia.
François duc de la Rochefoucauld revelou de maneira mordaz a essência do comportamento hipócrita: "A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude". Ou seja, todo hipócrita finge emular comportamentos corretos, virtuosos, socialmente aceitos. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipocrisia)
Se as pessoas se ouvissem mais, talvez, quem sabe, diriam menos asneiras no futuro, tem gente que fala, fala e nem se ouve, nem sabe o que está dizendo, e hoje pior ainda, escrevem... postam em redes sociais ideias que nem fazem sentido. E tudo isso talvez por se acharem a tal última bolacha do pacote, mas eu sempre penso sobre essa metáfora e lembro que a última bolacha do pacote está esmigalhada, quebrada, em farelos e talvez só tenha de especial o atributo de ser a última, mas não a melhor, talvez a melhor seja aquela primeira, que foi degustada com vontade, com maior prazer e estava inteira, ou ainda, talvez todas fossem mesmo as melhores, afinal todas elas tinham o mesmo sabor.
Enfim, estou aqui também escrevendo, também "falando" e sei que não sou e nem me julgo melhor que ninguém, sou caminhante, estou aprendendo dia a dia sobre essa aventura que é o viver, sei que estar aqui, fazer parte disso tudo é uma grande tarefa, afinal são uns 7 milhões de seres neste planeta, e a mais desafiadora tarefa que nos cabe aqui é aprender a conviver.
Se as pessoas pudessem libertar-se dos mecanismos que usam para defender-se de suas ilusões tudo poderia ficar mais leve, mais simples, com essa liberdade tudo poderia ser então real.
Além de se ouvir as pessoas também poderiam se olhar, ver seus gestos, seus atos, as simples coisas que deixam de fazer e que às vezes dizem que fazem, as pessoas hoje não se tocam, nem mesmo os olhares se tocam, os dedos tocam teclas, tocam telas, mas não tocam a pele, às vezes nem mesmo a própria pele. Mas apontam, apontam e criticam, criticam aquilo que nem mesmo conhecem, que nem mesmo querem conhecer, querem respostas rápidas, querem tudo rápido, instantâneo, como se as outras pessoas existissem apenas para cumprir com a sua vontade; narcisistas puros, se esquecem que cada ser carrega uma existência única, e que dentro da singularidade de cada um existem inúmeros afazeres que algumas vezes não correspondem aos seus.
A palavra chave, antidoto para toda a hipocrisia talvez pudesse ser a empatia, seria desenvolver uma inteligencia emocional capaz de fazer com que essas pessoas se enxergasse na experiência do outro, e saíssem de dentro de si mesmos, podendo aprender mais sobre si e sobre o mundo. Podendo romper com as ilusões e viver plenamente a totalidade em que estão inseridos.
E não existe recompensa maior no mundo que poder existir dentro dos olhos do outro, existir com amor, existir com igualdade, existir...