Pois bem, assistindo ao filme, na hora lembrei dessa minha amiga, por anos quis saber o nome do filme, enfim chegou o dia de descobrir.
Agora talvez eu também entenda os atos falhos da minha amiga, porque ela talvez tenha visto muito da personagem em mim, mas claro como ela diria isso sem me ofender. Ela me sugeria comprar uma planta, e cuidar melhor do meu cachorro, e levar uma vida mais, digamos assim, positiva e saudável, sem precisar de muletas, não que eu fosse viciada, ou alcoólatra, mas por estar deprimida, procurando alegrias fúteis, e a "paz" dos antidepressivos.
Algumas vezes pensamos estar fazendo o certo, e que o nosso certo não vai machucar ninguém, e que nos ferir faz parte da diversão, e afinal quem se importa, o importante é estar vivendo, e vivendo entorpecido pelo álcool, pelas drogas é alucinante! Não lembrar das besteiras que fez, dos sentimentos que despertou, faz parte do jogo de esconde-esconde da vida, onde não ser descoberto é o objetivo do jogo.
Até que um dia, muitas vezes por uma força maior, você é descoberto, como o caso de Gwen, arruína a cerimonia de casamento da irmã e de quebra destrói a fachada de uma casa com uma limousine, para não ir para a prisão vai para uma clinica de reabilitação. No início reluta, é insuportável para ela estar ali, privada da vida libertina que tinha, privada dos seus vícios, que faziam a vida ser tão mais cor-de-rosa, e com pessoas estranhas, literalmente estranhas.
Talvez a maior dificuldade, seja estar sóbrio, perceber-se tão indefeso, tão vulnerável e tentar conviver com esses sentimentos. Aos poucos Gwen vai entendendo, que para continuar viva, deve enxergar a vida sem as vendas que seus vícios colocaram, continuar vendada, é a ruína, a levaria a morte, com toda certeza.
28 dias, parece pouco tempo, para Gwen foi o suficiente para recuperar a coisa mais importante, o amor próprio, quando se ama fica mais fácil amar ao próximo, entender que cada estranho em nossa vida pode fazer uma grande diferença e que às vezes algumas pessoas, tão conhecidas, precisam ficar longe, precisam deixar de fazer parte de nossas vidas, para que possamos continuar caminhando, uma vida nova, precisa ser preenchida com novos hábitos, novos ares, novas relações.
Foi lá no finalzinho do filme quando os créditos começaram a subir que encontrei a mensagem mais linda de todo o filme... a música, Lean on me do Tom Jones, todos nós carregamos tristezas, e por não nos preocuparmos com o amanhã, vamos às vezes fazendo escolhas que a curto prazo nos colocam nos céus, mas a longo prazo, podem causar severos prejuízos, o mais importante, é ter com quem contar, ter um amigo, que vai lhe estender a mão, mas tem que saber com quem contar, a maioria dos dependentes químicos parece feliz e rodeado de amigos, sempre alegre, esbanjando energia, na verdade, não suportam estar sozinhos, seria esperado que conseguissem, mas não conseguem, mas estão rodeados de "amigos" que nem se preocupam com eles, por isso essa música expressa bem o que precisamos, precisamos de apoio, de amigos com quem contar, e acima de tudo, deixar o orgulho de lado, mostrar também as fraquezas, porque sempre existe alguém que pode preencher as nossas necessidades, se mostrarmos quais são elas. Sem medo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário