Se eu pudesse voltar no tempo
Faria tudo igual
Porque não poderia ter sido diferente
Porque a vida é essa coisa imprevisível
Agente sente, age, constrói e destrói
Não tem como prever o futuro
A gente vive o presente
Porque esse é previsível
Hoje eu sei o que sinto
Mas o futuro é coisa distante que não conhecemos
Se hoje eu gosto de rosas,
Posso no futuro não gostar mais delas
Posso gostar de violetas
E sem poder entender um dia voltar a gostar das rosas
No hoje a gente sabe o que quer
No hoje a gente planta as sementes
Esperando o imprevisível futuro
A semente pode ou não germinar
Pode morrer por falta de cuidado,
Pode crescer sem cuidado nenhum
Às vezes agente até quer que a semente não vingue
Se atrofie, morra.
Mas tudo é incerto,
Tem coisas que não dependem da nossa vontade
Não dá pra dizer nunca
O nunca não existe
Nunca amar, nunca querer, nunca achar.
Existe a incerteza ou a certa certeza
De que não somos nós os donos das verdades
E das certezas
Somos como as folhas que caem das árvores
Que são carregadas pelo vento
Somos a semente que brota sozinha
Somos tudo e nada
Mas não somos nunca
Somo sempre, sempre incertos, imprevisíveis.
Quem sabe aonde vai consegue trilhar caminhos certos
Mas quem garante
Que no meio do caminho um imprevisto o desvie da rota
Quem pode garantir
Que sempre vamos querer chegar àquele lugar ou a outro
Se no meio do caminho encontrarmos espinhos
Talvez mudemos a rota
Para encontrar flores,
Outras vezes podemos encontrar flores
E querer voltar aos espinhos
Tudo isso é imprevisível
Não são os nossos pés apenas que nos levam
Mas nossa vontade interior
Vontade essa imprevisível
Queria eu poder saber sempre a direção dos ventos
Mas sei que só posso saber do hoje
Só posso viver e sentir o hoje
O hoje construído num ontem
Que foi realizado do inesperado, do imprevisível viver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário