Refletindo sobre o fenômeno chamado insônia, cheguei a algumas teorias. Acredito que o sono é um estado maravilhoso, sublime, um estado de reorganização, regulação, em todos os níveis de nossa existência, corporal, mental, emocional, ou seja, o sono é importantíssimo para nossa vida. O sono é um estado necessário mas muito misterioso.
Ultimamente tenho dificuldades para dormir. Anos atrás eu sofri desse "pesadelo" coisa de ficar dias sem horas de sono reparador, e agora o pesadelo voltou. Só que agora eu tenho uma bagagem muito grande que pode me auxiliar a não perder noites de sono, confesso que ainda não é fácil usar as ferramentas, porque a insônia, no meu caso, e em vários casos tem uma função, e entender porque ela se mantem nem sempre é algo que queremos procurar, por vezes é mais fácil sofrer não dormindo, ou usar um remedinho para manter aquilo que nos faz sofrer, porque esse "aquilo" é algo muito importante para ser trazido a luz, queremos manter ele escondido no sintoma.
A minha insônia veio com uma inquietação, muito parecido com a que eu tinha anos atrás, aquele medo de crescer e se jogar na vida. Agora muitas coisas na minha vida estão indo bem, mas vez ou outra me pego pensando no medo do incerto "amanhã" e para que esse amanhã exista é preciso dormir. É preciso vencer a noite para que o sol ilumine a nova manhã.
Quando dentro de mim a máxima verdade de que só por hoje devo fazer o meu melhor ressoa, esse medo de entrega ao sono e a esperança de um novo dia que vem pode diminuir. Então é possível considerar a origem desse medo, no meu caso, existe uma frustração na relação que mantenho com o mundo. Muitas vezes tenho uma impressão de que as pessoas não me compreendem, não conseguem captar a minha essência de verdade. O que me tira o sono é a possibilidade de que nunca alguém me conheça de verdade, eu vou acordar cada nova manhã e todos os dias vão ser iguais, meu medo é que nada mude.
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
domingo, 4 de novembro de 2018
Deixe a vida fluir
É curioso, muitas vezes buscamos oráculos para encontrar respostas às nossas questões existenciais, nem sempre são confiáveis, mas algumas vezes eles fazem um desenho daquilo que vivemos, e trazem possibilidades a estudar sobre o que viveremos. Se prestarmos atenção a vida é um oráculo vivo, se prestarmos atenção ao nosso redor vamos entender que estamos sempre recebendo mensagens, alertas, sinais de qual é o melhor caminho. Os oráculo que procuramos pela vida são apenas "muletas" para quem não se coloca a ser um bom observador.
Essa reflexão veio depois de passar muito tempo querendo entender as coisas da vida. Acordei certo dia de um sonho muito bom que me deixou muito feliz, mas era um sonho e a realidade que me despertou não era nenhum um pouco parecida com aquele sonho. Depois fiquei pensando nas coisas que ainda não realizei na vida, e fiquei questionando a minha própria vida. Sempre acreditei que as coisas acontecem por alguma razão e que nenhuma gota cai do céu por acaso, então não podia deixar de observar algumas "coincidências".
Então numa outra noite me arrumei para ir a um evento na cidade, que foi muito divertido, e me sentia radiante, meus amigos presentes, comida, música, alegria; após esse evento eu iria para uma outra festa com outros amigos numa cidade vizinha, no caminho para essa segunda festa fiquei pensando na proximidade do meu aniversário, e novamente me coloquei a pensar nas coisas que ainda não realizei. Me diverti muito na festa, mas meus pés começaram a reclamar do sapato e resolvi ir embora, mas foi curioso porque eu queria mesmo ir embora, meus pés tinha muito tempo não reclamavam tanto, então peguei uma rodovia vicinal e comecei a pensar no seguro do carro, tinha vencido uns dias antes e eu ainda não tinha regularizado, depois comecei pensar novamente nas coisas que não realizei.
Naquele horário tinha muito pouco movimento de carros naquela rodovia, um ou outro carro vindo em sentido contrário, então na metade do caminho percebo um carro vindo e assim que me vê liga o seu farol alto, isso é estranho, porque também é perigoso, começa então a dar seta e vai para o acostamento, com estranheza diminuo a velocidade, observo o movimento daquele carro, porque estava parando ali? quando volto a atenção para a pista, acendo o farol alto fica iluminado bem a minha frente dois cavalos, menos de um metro do meu carro. Era madrugada, uma penumbra, e aquele carro no acostamento, como se aguardasse o pior, seria então testemunha da grande fatalidade. Dois cavalos, no meio do caminho, uma jovem moça prestes a fazer a aniversário, cheia de sonhos e inquietações, seria assim então que a vida me deixaria?
Foi tão rápido, desviei, foi muito simples, desviei e segui. Se eu tivesse saído dez minutos depois, ou dez minutos antes daquela festa, se meus pés não tivessem doido, são tantos "se" que me acompanharam o resto do trajeto. E "se" aquele tivesse sido o último dia, e "se" não existissem mais sonhos. E "se" eu não pudesse ver as pessoas que eu amo, e se aquele carro não tivesse me feito diminuir a velocidade.
Cheguei em casa agradecida, e viva, e pensando então nas coisas que não realizei, e coloquei então a cabeça no travesseiro, e comecei a pensar em todas que eu já realizei, e em tudo de bom que já vivi, e tive a certeza de que não seriam dois cavalos que impediriam de acreditar nos meus sonhos e na possibilidade de realizar cada um. Aqueles cavalos me mostraram que a vida não pode ser controlada, ela só pode ser vivida, a vida é como um rio, que flui em direção ao grande mar. Estamos todos aqui seguindo para o desconhecido, o profundo desconhecido, e devemos fazer isso sem expectativas, porque a vida nos surpreende, e então se estivermos preparados e atentos desviaremos dos perigos sempre que eles se apresentarem, e seguiremos, buscando pela vida.
terça-feira, 30 de outubro de 2018
O livros que comecei a ler
Começo a olhar a minha volta, percebo quantos livros comprei esse ano, e fico perplexa ao constatar que terminei de ler apenas um, mas confesso que nada lembro dele, exceto o nome. E quantas coisas na vida ficaram como esses livros, foram iniciadas mas deixadas, e incompletas ficaram. Daqui a alguns dias é meu aniversário, e nessa época do ano é natural que eu fique "esquisita" eu chamo de meu "inferno astral", mas na verdade é uma crise de adaptação à nova idade, porque a nova idade trás também a constatação de que muita coisa ainda não foi feita e que existe ainda muito a fazer.
Apesar de já ter dobrado os 15 anos ainda sinto como se fosse uma jovem debutante. Talvez porque ainda esteja olhando para a vida daquele lugar, dos meus 15 anos, com tantos sonhos a realizar. Com tantos livros para começar a ler.
Vivi tantas histórias interessantes nesses anos, e sempre me pego tentando dar um final feliz a cada uma delas, agora faz sentindo olhar e perceber que deixei, sempre: tudo meio acabado, e não acabado; por isso agora essa sensação de que dá para fazer algo diferente, mas a realidade não é essa, a realidade é que foi feito o que poderia ser feito naquela ocasião, e aquele foi o fim, não o felizes para sempre, mas o fim possível para aquele momento.
"Nada acontece duas vezes da mesma maneira" essa frase não é minha, é de Crônicas de Nárnia, mas uso ela hoje para exemplificar o que sinto. Todas as histórias vividas não podem ser revividas, elas podem ser resignificadas, ou seja, podem voltar, mas de uma maneira diferente.
Pensando nesses livros todos que estão aqui sem terminar, fiquei lembrando das histórias do passado, aquelas que eu gostaria muito de resgatar, aquelas que eu comecei, mas que de alguma maneira deixei (ou sinto que deixei) meio acabadas ou não acabadas, e fiquei imaginando se hoje eu pudesse reviver alguma delas, escolhi com muito carinho e cuidado uma que gosto muito, uma jantar romântico, e percebi que se o cavalheiro em questão estivesse aqui hoje, e hoje me convidasse pro mesmo jantar, tudo seria muito diferente, por que as coisas que sei hoje, as coisas que aprendi, vivenciei, me fazem hoje uma pessoa diferente daquela de anos atrás, assim como ele com certeza está mudando pelo tempo que viveu, pelas coisas que aprendeu e experimentou da vida nesse intervalo. Nem o restaurante existe mais, por isso teríamos que procurar um novo lugar, e desse novo lugar essas novas pessoas se olhariam novamente, mas de maneira inédita, então talvez esse novo encontro não pudesse ser uma segunda chance, mas uma nova chance.
Tudo isso pra dizer que existem histórias para começar, mas que é importante saber quando uma história chega ao final, não devemos deixar histórias inacabadas nos assombrarem, amontoando poeira em nossa vida, por que é o que sinto com tantos livros pela estante, na mesa, no criado mudo, são tantas histórias a terminar. É preciso iniciar, se envolver, e então mergulhar, apreender e aprender, seguir em frente, chegar ao final, para que então novos começos surjam, ou mesmo novas maneiras de viver. Porque um livro pode ser lido quantas vezes quisermos, mas cada vez vai ser compreendido de maneira inédita, única e especialmente nova.
Apesar de já ter dobrado os 15 anos ainda sinto como se fosse uma jovem debutante. Talvez porque ainda esteja olhando para a vida daquele lugar, dos meus 15 anos, com tantos sonhos a realizar. Com tantos livros para começar a ler.
Vivi tantas histórias interessantes nesses anos, e sempre me pego tentando dar um final feliz a cada uma delas, agora faz sentindo olhar e perceber que deixei, sempre: tudo meio acabado, e não acabado; por isso agora essa sensação de que dá para fazer algo diferente, mas a realidade não é essa, a realidade é que foi feito o que poderia ser feito naquela ocasião, e aquele foi o fim, não o felizes para sempre, mas o fim possível para aquele momento.
"Nada acontece duas vezes da mesma maneira" essa frase não é minha, é de Crônicas de Nárnia, mas uso ela hoje para exemplificar o que sinto. Todas as histórias vividas não podem ser revividas, elas podem ser resignificadas, ou seja, podem voltar, mas de uma maneira diferente.
Pensando nesses livros todos que estão aqui sem terminar, fiquei lembrando das histórias do passado, aquelas que eu gostaria muito de resgatar, aquelas que eu comecei, mas que de alguma maneira deixei (ou sinto que deixei) meio acabadas ou não acabadas, e fiquei imaginando se hoje eu pudesse reviver alguma delas, escolhi com muito carinho e cuidado uma que gosto muito, uma jantar romântico, e percebi que se o cavalheiro em questão estivesse aqui hoje, e hoje me convidasse pro mesmo jantar, tudo seria muito diferente, por que as coisas que sei hoje, as coisas que aprendi, vivenciei, me fazem hoje uma pessoa diferente daquela de anos atrás, assim como ele com certeza está mudando pelo tempo que viveu, pelas coisas que aprendeu e experimentou da vida nesse intervalo. Nem o restaurante existe mais, por isso teríamos que procurar um novo lugar, e desse novo lugar essas novas pessoas se olhariam novamente, mas de maneira inédita, então talvez esse novo encontro não pudesse ser uma segunda chance, mas uma nova chance.
Tudo isso pra dizer que existem histórias para começar, mas que é importante saber quando uma história chega ao final, não devemos deixar histórias inacabadas nos assombrarem, amontoando poeira em nossa vida, por que é o que sinto com tantos livros pela estante, na mesa, no criado mudo, são tantas histórias a terminar. É preciso iniciar, se envolver, e então mergulhar, apreender e aprender, seguir em frente, chegar ao final, para que então novos começos surjam, ou mesmo novas maneiras de viver. Porque um livro pode ser lido quantas vezes quisermos, mas cada vez vai ser compreendido de maneira inédita, única e especialmente nova.
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
Liberdade
Quantas vezes deixamos de ser nós mesmos, nos perdemos em meio a correria do dia a dia, ou às exigências e carências que impomos ou são impostas.
Peguei minha antiga "lata" de lápis de cor, ela já me acompanha desde a infância, são lápis de cor tão queridos, e aquele livro de desenhos zen para colorir, com fones de ouvido minha playlist "Shakira" que sensação boa. Éramos eu, os lápis, o livro e a música, com um vento gostoso entrando pela janela. Um tempo atrás, ainda lembro, como era difícil fazer isso, e como era dolorido estar atendendo as exigências de um outro que impunha sua vontade de que "eu" não fosse "eu" alegando o contrário. Abri mão do meu espaço e dos meus desejos, via a programas de TV que não gosto, fazia programas que não me preenchiam, e estava sempre sentindo um grande vazio.
E agora escrevendo esse pequeno texto, com uma outra playlist, começa a tocar, Highway to Hell (AC/DC), e sim, estava a caminho do inferno, mantendo um relacionamento para sentir que tinha alguém, mas me sentindo extremante solitária, sabe quando falam de solidão a dois. Foi difícil, como toda decisão que envolve rompimento é difícil de ser tomada, no começo senti falta daquilo que eu chamava de rotina, apesar dela não ser uma rotina que me fazia feliz, é curioso como demoramos a abrir mão inclusive do sofrimento, daquilo que não nos traz felicidade.
Tem poucos dias estava justamente reclamando da solidão, mas não é a solidão que me incomoda, talvez agora pude compreender isso melhor, deixei o celular distante, me permiti momentos de ócio, pude dormir quando o corpo pedia cochilo, comer quando tinha vontade, e o que tinha vontade, fazer o que me faz bem, e inclusive estudar, assisti Homem Formiga e a Vespa, legendado, que delícia, ninguém criticava, também assisti alguns episódios das minha séries favoritas, sem aquela frase ridícula, "você gosta disso?!" como se fosse um crime gostar de contos de fadas, ficção científica ou drama. E então eu percebi o que é a liberdade.
Estamos sempre procurando algo, ou alguém, a maioria de nós sente esse "vazio" esse "buraco" a preencher, essa "falta" e o que eu acabei percebendo nos últimos dias é que não existe alguém, ou alguma coisa que vá preencher esse espaço, porque na verdade esse espaço existe porque eu, você, criamos ele, criamos a ilusão de que falta algo. Enquanto na minha playlist tocava "Estoy aqui", eu ria pensando em como tudo depende única e exclusivamente de mim.
Algumas vezes fazemos escolhas equivocadas e colocamos em nossas vidas pessoas incompatíveis para provar para nós mesmos algo improvável, por capricho, por carência, ou seja lá o que for. E na verdade a felicidade a dois só existe quando cada um consegue encontrar-se feliz com sua própria solidão, ai sim serão capazes de compartilhar, de serem livres de fato. Porque talvez para um casal ser casal, a aliança deve trazer gravada: Juntos e livres para sempre.
Então a primeira coisa a fazer é dizer "sim" à própria solidão, como diz o poeta, assim as borboletas virão, e acrescento: permanecerão.
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
Tempo em movimento
Quando encontro uma música como essa, logo sinto que não é por acaso, porque pra mim a música é uma forma dos anjos trazerem mensagens ao nosso coração. Sempre ouço o frase: "tudo tem seu tempo" e acredito muito nisso, o movimento da vida, o movimento do tempo, o tempo em movimento.
A letra dessa música é uma grande verdade.
Tempo em Movimento
Lulu Santos, Luiza Possi
Somos
Tantos numa só pessoa
Somos o que fomos antes
E o que não seremos mais
Também
Tantos numa só pessoa
Somos o que fomos antes
E o que não seremos mais
Também
Nós já não somos
Como um dia nós sonhamos
Somos o que a vida fez de nós
Que fizemos de nós mesmos
Viver é escolher
Entre o instinto e a razão
Entre a cabeça e o coração
E os destinos da alegria e da dor
E do bem-querer
Da solidão
Nada é por acaso
Como um dia nós sonhamos
Somos o que a vida fez de nós
Que fizemos de nós mesmos
Viver é escolher
Entre o instinto e a razão
Entre a cabeça e o coração
E os destinos da alegria e da dor
E do bem-querer
Da solidão
Nada é por acaso
Tempo
É tão pouco o nosso tempo
Pra tamanho sentimento
Que não cabe no presente
Nós somos nossa história
Nossos sonhos e memórias
Nossas ilusões à toa
Nossas emoções baratas
É tão pouco o nosso tempo
Pra tamanho sentimento
Que não cabe no presente
Nós somos nossa história
Nossos sonhos e memórias
Nossas ilusões à toa
Nossas emoções baratas
Viver é aceitar
Nossos bons e maus momentos
Entre razões e sentimentos
Entre o medo e o desejo de amar
Amanhecer, anoitecer
Tempo em movimento
Nossos bons e maus momentos
Entre razões e sentimentos
Entre o medo e o desejo de amar
Amanhecer, anoitecer
Tempo em movimento
Compositores: Nelson Candido Da Motta Filho / Luiz Mauricio Pragan Dos Santos
Letra de Tempo em Movimento © BMG Rights Management US, LLC, Sony/ATV Music Publishing LLC
domingo, 7 de outubro de 2018
O que de verdade importa
Acabo de chegar do cinema, e não poderia deixar de registrar esse sentimento que encheu meu coração, um sentimento de alegria. Muitas vezes a ficção é um reflexo da vida real, cada um de maneira particular vive seu "filme", são tantas histórias que encontramos ao longo da vida, cada pessoa trás consigo uma bagagem enorme, de experiências, vivências que valem a pena registrar, mas nem todos registram e essas histórias ficam no âmbito particular. Ao assistir esse filme me coloquei a pensar nas inúmeras vezes que deixamos de fazer algo por medo, o protagonista parecia egoísta no início, mas me coloquei a imaginar o medo que ele sentiu com a responsabilidade de ter um dom tão especial. É comum sentirmos medo do desconhecido, do diferente, do inexplicável. Somos todos curadores, cada um de uma maneira particular. Podemos curar só estando perto, só estando presente, num olhar, num gesto, numa palavra ou com uma atitude altruísta.
Outro ponto que me sensibilizou foi o amor que nasceu da amizade, Cecilia foi uma moça prudente, sabia que aquele rapaz que chegava era um conquistador, e amor é muito mais que conquista, amor é criar um vínculo de amizade. Nenhum tipo de relação pode sobreviver sem amizade, porque é desse sentimento que todos os outros brotam, a amizade possui um nível de amor muito profundo, porque nela podemos nos comunicar de maneira verdadeira, as conquistas muitas vezes exigem uma postura de "querer agradar" o amigo não precisar "querer agradar" amizade é presença sem julgamento, sem imposição, é compaixão.
E vendo esse filme ficou muito claro perceber que todos somos muito importantes nesse conjunto de momentos que é a vida, cada um pode levar esperança, amor, e cura ao próximo. Estar disponível para curar é acreditar que todos merecem uma chance para serem felizes, incluindo nós mesmo. Porque não existe alegria maior que ver a alegria que você pode proporcionar.
quinta-feira, 20 de setembro de 2018
Primavera está chegando, é o final do inverno que esse ano particularmente foi extenso, ainda faz frio por aqui, mas já é possível ver as novas folhas nas árvores e alguns ipês floridos. Todos os dias quando pego estrada fico olhando as árvores da paisagem, a pastagem e acredito que estou aprendendo a reparar no ciclo da natureza, que é o ciclo mais sábio e perfeito que existe.
E não é só na paisagem que tenho prestado atenção, também estou olhando para a vida com um olhar diferente, mais amadurecido talvez. Dizem que o inverno é um tempo de interiorização, essa estação fria permite que fiquemos mais quietos, recolhidos.
Para mim em especial, nesse ano, o inverno foi de movimento e busca, estive buscando desesperadamente por mim. É difícil tentar encontrar consigo mesmo, porque você está o tempo todo com você, mas não se olha, não se vê, não se ouve, e muito menos se percebe; e então quando você finalmente percebe que a coisa mais importante que você tem é você mesmo, e quando você se permite: se ver, se ouvir, se sentir, então finalmente você pode se sentir inteiro.
Comigo foi mais ou menos assim nesse inverno, nessa busca desesperada pude encontrar quem eu sou, enfrentei desafios de diversos tipos, me coloquei fora da minha zona de conforto, e foi incrível a experiência, incrível fazer uma mala para passar uma semana fora, uma semana entre desconhecidos, sozinha, sem referencia; e o maior desafio era: ser eu mesma. Pela primeira vez na minha vida, foi tão fácil ser eu, falar de mim, estar comigo. Também nesse inverno iniciei um novo empreendimento, e eu estava tão feliz, tão empolgada, claro estava também cheia de medos, e ainda sinto alguns medos, mas continuo feliz, feliz porque eu entendi que a vida é correr riscos. E como eu me arrisquei nesse inverno, busquei a liberdade de ser quem eu sou, explorei ao máximo meu potencial, e da maneira que eu pude corri atrás do que eu podia, e aprendi também nesse inverno que a minha liberdade termina quando se inicia a do outro, não posso obrigar ninguém a me amar, mas posso amar incondicionalmente e sem julgamentos, mas isso exige desapego.
Esse inverno também me trouxe saudade, saudade de um outro inverno, de tempos atrás, quando oito anos atrás eu estava também buscando desesperadamente por mim, e curioso foi a mesma sensação, a liberdade de ser quem eu sou, e como foi gratificante saber que há oito anos atrás, em um inverno, eu pude levar amor para a vida de alguém.
Agora está chegando a primavera, com certeza as flores virão lindas cheias de cor e perfume, e acredito que essa primavera vai ser diferente, depois desse inverno diferente, porque coisas surpreendentes simplesmente acontecem, é assim como a palavra serendipity, inesperadamente algo mágico acontece.
E não é só na paisagem que tenho prestado atenção, também estou olhando para a vida com um olhar diferente, mais amadurecido talvez. Dizem que o inverno é um tempo de interiorização, essa estação fria permite que fiquemos mais quietos, recolhidos.
Para mim em especial, nesse ano, o inverno foi de movimento e busca, estive buscando desesperadamente por mim. É difícil tentar encontrar consigo mesmo, porque você está o tempo todo com você, mas não se olha, não se vê, não se ouve, e muito menos se percebe; e então quando você finalmente percebe que a coisa mais importante que você tem é você mesmo, e quando você se permite: se ver, se ouvir, se sentir, então finalmente você pode se sentir inteiro.
Comigo foi mais ou menos assim nesse inverno, nessa busca desesperada pude encontrar quem eu sou, enfrentei desafios de diversos tipos, me coloquei fora da minha zona de conforto, e foi incrível a experiência, incrível fazer uma mala para passar uma semana fora, uma semana entre desconhecidos, sozinha, sem referencia; e o maior desafio era: ser eu mesma. Pela primeira vez na minha vida, foi tão fácil ser eu, falar de mim, estar comigo. Também nesse inverno iniciei um novo empreendimento, e eu estava tão feliz, tão empolgada, claro estava também cheia de medos, e ainda sinto alguns medos, mas continuo feliz, feliz porque eu entendi que a vida é correr riscos. E como eu me arrisquei nesse inverno, busquei a liberdade de ser quem eu sou, explorei ao máximo meu potencial, e da maneira que eu pude corri atrás do que eu podia, e aprendi também nesse inverno que a minha liberdade termina quando se inicia a do outro, não posso obrigar ninguém a me amar, mas posso amar incondicionalmente e sem julgamentos, mas isso exige desapego.
Esse inverno também me trouxe saudade, saudade de um outro inverno, de tempos atrás, quando oito anos atrás eu estava também buscando desesperadamente por mim, e curioso foi a mesma sensação, a liberdade de ser quem eu sou, e como foi gratificante saber que há oito anos atrás, em um inverno, eu pude levar amor para a vida de alguém.
Agora está chegando a primavera, com certeza as flores virão lindas cheias de cor e perfume, e acredito que essa primavera vai ser diferente, depois desse inverno diferente, porque coisas surpreendentes simplesmente acontecem, é assim como a palavra serendipity, inesperadamente algo mágico acontece.
domingo, 8 de julho de 2018
Eu vejo as suas cores
Trolls a principio parece um filme, bem infantil, talvez pareça até chato por conta de tanta alegria e felicidade, todos cantando e se abraçando...., não estamos acostumados a isso, por isso vale a pena não desistir dele, a mensagem que ele carrega vale muito a pena.
Acreditamos que nossa felicidade está fora de nós, que precisamos encontrar algo para sermos realmente felizes.
No caso do filme os bergens, criaram a ideia de que somente seriam felizes ao engolir um Troll, e assim como tantas coisas em nossa vida, manteve-se essa ideia, e cada geração de Bergens cresceu acreditando nisso, acreditando que não havia outra maneira de serem felizes, exceto engolindo um troll.
Quantas coisas acreditamos, sem contestar. A princesa Pop então consegue mostrar aos bergens que a felicidade não está fora, ela está dentro de cada um, usa o exemplo do príncipe Gristle II que sentiu uma imensa felicidade quando se apaixonou pela Bridget, sem nunca ter engolido um troll antes, assim a felicidade estava dentro dele, não precisava ser engolida, ele só precisava de alguém que a despertasse.
"A felicidade não é uma coisa que se engole, é algo que está dentro de vocês, as vezes só precisa de alguém para ajudar acha-la". (Pop)
Assim também Tronco, um personagem ranzinza nos ensina algo importante, cada um tem uma história, não devemos julgar as pessoas por suas atitudes, pela sua maneira de pensar ou agir, algumas pessoas já passaram por momentos terríveis e é difícil para elas superarem suas dores, ou expressar o que sentem de maneira assertiva. Tronco volta a ser feliz quando descobre o amor que sente por Pop, volta a ser feliz quando junto a Pop tentar salvar os Trolls sequestrados, nessa jornada ele encontra a felicidade, ele pode voltar a ser ele mesmo, com suas cores, com sua felicidade, superando seu passado traumático.
Trolls é um filme que possui uma alegria (irritante) que não estamos acostumados a vivenciar, você abraça quantas pessoas por dia? Você canta no seu dia? Você é feliz!?
quarta-feira, 20 de junho de 2018
Nós vamos ficar bem
Sou movida a música, música me inspira. Tem momentos preciso ser ouvida, e parece que a música me entende, fala comigo, me responde. Outro dia estava ouvindo músicas conhecidas quando apareceu uma sugestão, Imaginary Future & Kina Grannis, cliquei sobre a sugestão e me maravilhei, ouvindo os dois parecia que eu podia estar em lugar tão tranquilo. Primeiro ouvi I found you, e me apaixonei, porque é o que sinto, como se eu estivesse buscando todo tempo por um caminho, um caminho que faça tudo mudar, e as coisas na vida são assim, é naquele momento que você deixa de ter esperança que então você encontra o que buscava. Depois ouvi Forever on Your Side, e curioso que busquei pela tradução no "google" e encontrei outra música, sabe parecia mesmo o universo conversando comigo, alguém estaria me procurando, segundo a letra da música que o google apontou. I Will spend my whole life loving you, foi incrível, é o próprio casamento da dupla, e na sequencia ouvi a música We´ll be Okay, e percebi que tudo vai ficar bem.
domingo, 13 de maio de 2018
Ir longe
(Tradução)
Eu tenho sonhado frequentemente com um lugar distante
Onde um herói é bem vindo, estariam esperando por mim
Onde a multidão vai vibrar quando verem meu rosto
E uma voz fique dizendo "é aqui que eu devo estar"
Eu estarei lá um dia, eu posso ir longe!
Eu encontrarei o meu caminho, se eu puder ser forte
Eu sei que cada milha valerá a pena o meu tempo!
Quando eu for longe, eu estarei onde eu pertenço
Ao longo de uma estrada desconhecida, para abraçar o meu destino
Embora a estrada possa vaguear, ela me levará a você
E mil anos valerão a espera
Pode levar a vida inteira, mas de alguma forma eu verei acontecer
E eu não olharei para trás, eu posso ir longe!
E eu permanecerei nos trilhos. Não, não aceitarei a derrota
É uma ladeira para cima, mas eu não perderei a esperança
Até eu ir longe e minha jornada estar completa
Mas olhar além dessa glória é a parte mais difícil,
Pois a força de um herói é medida pelo seu coração
Como uma estrela cadente, eu irei longe!
Eu explorarei o mundo, enfrentarei seus males
Não me importo o quão longe, eu posso ir longe!
Até eu encontrar as minhas "boas vindas" de herói me esperando em seus braços
Eu explorarei o mundo, enfrentarei seus males
Até eu encontrar as minhas "boas vindas" de herói me esperando em seus braços
E assim me parece a vida, como a letra dessa linda canção, onde a força do herói é medida pelo seu coração. A esperança é o sentimento mais puro, do meu ponto de vista. Nascemos nesse planeta cheio de incríveis oportunidades, nascemos inocentes, por isso nascemos todos heróis, cada um é herói da sua própria existência, cada um de nós possui um vilão a derrotar, um caminho a trilhar, um amor para conquistar. Cada um a sua maneira vive uma aventura, nessa jornada. Todos temos um lugar para chegar, um lugar para chamar de "nosso lugar", o lugar onde devemos estar. Acreditar na força interna que existe em cada um de nós é saber que aconteça o que acontecer chegaremos onde devemos estar.
sexta-feira, 11 de maio de 2018
True Colors (Cyndi Lauper)
Tradução:
Cores verdadeiras
Você com os olhos tristes
Não desanime
Eu percebo
É difícil ter coragem
Em um mundo de pessoas
Você pode perder de vista tudo
E a escuridão dentro de você
Pode fazer você se sentir tão pequeno
Mas eu vejo suas verdadeiras cores
Brilhando através
Eu vejo suas verdadeiras cores
E é por isso que eu te amo
Então não tenha medo de deixá-los mostrar
Suas verdadeiras cores
As cores verdadeiras são lindas
Como um arco-íris
Essa música é uma das minhas preferidas, o tempo passa e a sua mensagem tão profunda permanece. A escuridão simplesmente não existe, ela representa apenas a ausência da luz. Existem momentos na vida em que sentimentos uma imensa ausência, nem conseguimos dizer o que faz falta, é como diz a música, nos sentimos pequenos, talvez nesse momento seja mesmo difícil ter coragem, nesse mundo, nessa selva. Não devemos ter medo, porque cada um de nós tem sua própria luz, e para que nossa luz brilhe precisamos perceber esse sentimento tão singelo e poderoso, o amor. O amor está nesse olhar, nesse que vê nossas verdadeiras cores, e esses olhos tão poderosos estão naquele momento mágico, quando percebemos que todas as cores, estão dentro de nós mesmos.
Cinderella (2015)
Esse filme é mágico... é gentil, inspira coragem, coragem de ser quem somos, de aceitar os reveses da vida, porque sempre o final é feliz. Sonhos podem se tornar reais, Cinderella não reclamava da vida, essa é a grande lição.
No momento em que foi mais humilhada, ela correu para a floresta, e lá encontrou o maior presente: a esperança, o desejo de reencontrar aquele jovem que a olhou, que se interessou pelo que ela tinha a dizer, e que mesmo que ela não soubesse, desejou também encontra-la novamente.
Essa adaptação ficou maravilhosa.
Nos falta hoje essa determinação, essa atitude bondosa e sem julgamentos de Cinderella, nos falta essa conexão com a natureza, essa confiança em acreditar em nossos valores e exerce-los a cada momento.
domingo, 25 de fevereiro de 2018
Simplesmente acontece
Love,Rosie é um filme interessante, ele retrata as relações de amizade e como muitas vezes elas se tornam tão intensas. Pela imaturidade ou pelo medo, evitamos olhar para os sentimentos e acabamos por evitar vivenciar eles, e vamos fazendo escolhas que impedem viver o que realmente pode ser saudável e legitimo. Muitas vezes a vida dá várias voltas até que possamos encontrar a verdade, ou aceitar a verdade por trás das coisas. Me chamou atenção a cena que Greg volta, e Rosie o aceita, para não continuar sozinha, e tentar preencher aquele espaço de pai, que sua filha solicitava. Curioso que na verdade todas as escolhas erradas aconteceram por conta dos sentimentos que o casal reprimiu, aí volto para o adento, por imaturidade ou por medo.
A vida segue seu fluxo e Alex a sua maneira vai buscando preencher sua vida com superficialidades, que não fazem parte da sua essência, ele aparentemente tem tudo.
Gosto muito da cena que a filha de Rosie tem seu primeiro beijo roubado por seu melhor amigo, parece que o erro da mãe quer se repetir, por sorte, Alex já mais sofrido (vivido), não permite que isso aconteça, apontando o que aconteceu com ele ao tomar a decisão de evitar falar verdadeiramente dos seus sentimentos.
Não podemos viver colocando nossos sentimentos para baixo do tapete. Isso apenas cria atrasos nas nossas vidas, e em alguns casos pode até por a perder momentos incríveis de alegria ao lado de pessoas que realmente são importantes. Como é bom quando a vida nos dá uma segunda chance. Só que se prestarmos atenção, somos nós mesmos que nos damos essa chance, quando agimos com maturidade e aceitamos nossos sentimentos.
sábado, 24 de fevereiro de 2018
Reviravoltas
Estive pensando nas reviravoltas que a vida dá. Nem sempre teremos certeza sobre o rumo a tomar, mas no momento em que decidimos o caminho fica mais claro perceber se vale ou não a pena continuar nele, antes eu acreditava que não se poderia voltar atrás, mas hoje com a prática da vida, aprendi, que sim, poderemos sempre voltar, desde que tenhamos realizado um bom trabalho anteriormente.
Eu sei que escolhi uma profissão que me faz muito feliz e ser terapeuta holística é algo que está dentro do meu coração tem muito tempo, e talvez por dedicar com tanto amor a essa área tudo vai fluindo bem na minha vida profissional, só que a vida me surpreendeu com algo novo, a possibilidade de ter aquilo que muitas pessoas almejam, a estabilidade financeira através de um cargo público.
Quando eu sai da faculdade de psicologia me coloquei a prestar concursos públicos para psicóloga, ainda não tinha muito definida a minha carreira profissional, estava cheia de incertezas, e os concursos pareciam uma boa opção naquele momento. Ocorre que as vezes os concursos demoram a chamar. E nesse tempo, enquanto não era convocada a trabalhar fui construindo então a minha carreira profissional, como terapeuta holística, e quando então a convocação para trabalhar como funcionária pública ocorreu me deixou desnorteada. O que fazer? Que caminho seguir?
Optei por experimentar o novo, o novo tinha também um certo "ar" de desafio, e eu gosto de desafios, afinal eu havia estudado durante tanto tempo, a faculdade foi para mim algo extremamente desafiador, eu já era adulta quando iniciei os estudos de graduação, e já tinha até feito uma pós graduação, eu precisava aceitar esse desafio. Mas eu não poderia deixar de ser também terapeuta holística, ali também havia depositado muito estudo, muita busca pessoal, e tinha também o compromisso com as pessoas que estava sob meus cuidados. Me desdobrei para aceitar o novo emprego e manter a ocupação anterior.
Desde o primeiro dia eu já sabia, eu estava empolgada com tudo aquilo, eu havia prestado concurso, ficado muito bem colocada, tinha capacidade para ocupar aquele cargo, e poderia realizar um excelente trabalho, mas não senti que estava avançando como profissional, sentia na verdade, um retrocesso, eu já sabia, meu coração não estava lá.
Nessa mesma época eu terminava um namoro de quase 3 anos, um rapaz que foi muito importante na minha história, mas que não compartilhava dos mesmos objetivos pessoais, e isso era para mim algo também muito pesado para lidar, afinal, eu sempre tive um grande sonho de compartilhar minha vida com alguém, e que esse alguém pudesse olhar comigo a mesma direção. Foi então depois do termino do namoro que ficou claro para mim que eu havia me colocado ali, aceitado aquele emprego pelo desafio, e para realizar o sonho daquele rapaz. Era ele quem queria muito um emprego como aquele que eu havia conquistado, e era horrível para ele perceber que eu não estava feliz ali, era impossível para ele compreender.
A separação no namoro era inevitável, e acredito que pedir a demissão daquele emprego também, não era um sonho meu, e tampouco poderia vir a ser. Mas claro toda decisão deve ser pensada, não deve acontecer por impulso, e nesse processo por pensar sobre a demissão, comecei adoecer. A vida tornou-se cinza, e sair da porta de casa para a rua algo torturante, curioso que para minha vida como terapeuta, apesar de cansada do dia exaustivo, era a única coisa que mantinha minha luz a brilhar.
Claro, pedi demissão, voltei a vida anterior, mas voltei renovada pela experiencia que passei, uma experiencia de coragem, coragem por ter tentado o novo, coragem por optar pelo que me faz feliz.
De tudo tudo isso tirei várias lições, a mais especial é que eu posso sonhar, e posso realizar os meus sonhos, não preciso viver nem realizar o de outros, eles mesmos devem fazer isso, aprendi que devemos tentar, e que não há vergonha nenhuma em dizer: não era o que o que eu pensava, e voltar. E principalmente, aprendi que ter trabalhado com o coração me deixou uma porta aberta, que nunca vai se fechar para mim.
Se você trabalha com amor, as portas nunca se fecharão para você, e você sempre terá um lugar seguro para voltar.
(Patricia A F Abreu)
Eu sei que escolhi uma profissão que me faz muito feliz e ser terapeuta holística é algo que está dentro do meu coração tem muito tempo, e talvez por dedicar com tanto amor a essa área tudo vai fluindo bem na minha vida profissional, só que a vida me surpreendeu com algo novo, a possibilidade de ter aquilo que muitas pessoas almejam, a estabilidade financeira através de um cargo público.
Quando eu sai da faculdade de psicologia me coloquei a prestar concursos públicos para psicóloga, ainda não tinha muito definida a minha carreira profissional, estava cheia de incertezas, e os concursos pareciam uma boa opção naquele momento. Ocorre que as vezes os concursos demoram a chamar. E nesse tempo, enquanto não era convocada a trabalhar fui construindo então a minha carreira profissional, como terapeuta holística, e quando então a convocação para trabalhar como funcionária pública ocorreu me deixou desnorteada. O que fazer? Que caminho seguir?
Optei por experimentar o novo, o novo tinha também um certo "ar" de desafio, e eu gosto de desafios, afinal eu havia estudado durante tanto tempo, a faculdade foi para mim algo extremamente desafiador, eu já era adulta quando iniciei os estudos de graduação, e já tinha até feito uma pós graduação, eu precisava aceitar esse desafio. Mas eu não poderia deixar de ser também terapeuta holística, ali também havia depositado muito estudo, muita busca pessoal, e tinha também o compromisso com as pessoas que estava sob meus cuidados. Me desdobrei para aceitar o novo emprego e manter a ocupação anterior.
Desde o primeiro dia eu já sabia, eu estava empolgada com tudo aquilo, eu havia prestado concurso, ficado muito bem colocada, tinha capacidade para ocupar aquele cargo, e poderia realizar um excelente trabalho, mas não senti que estava avançando como profissional, sentia na verdade, um retrocesso, eu já sabia, meu coração não estava lá.
Nessa mesma época eu terminava um namoro de quase 3 anos, um rapaz que foi muito importante na minha história, mas que não compartilhava dos mesmos objetivos pessoais, e isso era para mim algo também muito pesado para lidar, afinal, eu sempre tive um grande sonho de compartilhar minha vida com alguém, e que esse alguém pudesse olhar comigo a mesma direção. Foi então depois do termino do namoro que ficou claro para mim que eu havia me colocado ali, aceitado aquele emprego pelo desafio, e para realizar o sonho daquele rapaz. Era ele quem queria muito um emprego como aquele que eu havia conquistado, e era horrível para ele perceber que eu não estava feliz ali, era impossível para ele compreender.
A separação no namoro era inevitável, e acredito que pedir a demissão daquele emprego também, não era um sonho meu, e tampouco poderia vir a ser. Mas claro toda decisão deve ser pensada, não deve acontecer por impulso, e nesse processo por pensar sobre a demissão, comecei adoecer. A vida tornou-se cinza, e sair da porta de casa para a rua algo torturante, curioso que para minha vida como terapeuta, apesar de cansada do dia exaustivo, era a única coisa que mantinha minha luz a brilhar.
Claro, pedi demissão, voltei a vida anterior, mas voltei renovada pela experiencia que passei, uma experiencia de coragem, coragem por ter tentado o novo, coragem por optar pelo que me faz feliz.
De tudo tudo isso tirei várias lições, a mais especial é que eu posso sonhar, e posso realizar os meus sonhos, não preciso viver nem realizar o de outros, eles mesmos devem fazer isso, aprendi que devemos tentar, e que não há vergonha nenhuma em dizer: não era o que o que eu pensava, e voltar. E principalmente, aprendi que ter trabalhado com o coração me deixou uma porta aberta, que nunca vai se fechar para mim.
Se você trabalha com amor, as portas nunca se fecharão para você, e você sempre terá um lugar seguro para voltar.
(Patricia A F Abreu)
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