Como todos sabem eu gosto muito dos filmes baseados em histórias reais, A história verdadeira me chamou atenção pelo ator James Franco, desde o filme "A Entrevista" que senti como uma "comédia ridícula" como as comédias costumam parecer ser, mas essa de fato foi, A história verdadeira dava um salto gigante de gênero e interpretação para esse ator e fiquei curiosa por assistir. Confesso que não é o tipo de história que gosto, e principalmente porque essa é uma história verdadeira, não temos heróis, temos dois homens, uma história de mentiras e tragédias que nos faz pensar.
Muitas vezes na minha vida deparei com histórias, nessa história vendo o protagonista manipular um júri inteiro e inclusive o próprio jornalista que escrevia sua história foi muito desconfortável, ainda umas semanas atrás eu assisti novamente o filme "A origem (Inception - 2010)" e fiquei pensando em como as nossas verdades algumas vezes podem não ser "tão nossas", como se pudessem manipular ou mesmo inserir ideias que muitas vezes acreditamos ser a verdade.
Por isso é muito importante ouvir, perceber, sentir, mas além de tudo isso nunca julgar, o julgamento que fazemos das histórias que nos contam nos ligam a elas de maneira intima e tira o nosso senso de percepção, o julgamento nos faz tomar partidos, nos faz levar a história para um nível pessoal o que ajuda a distorcer o que estamos ouvindo, vendo, e sentindo.
Existem pessoas que realmente são capazes de tudo, tudo de mau que se possa imaginar, e elas estão por ai, caminhando pelas ruas, nas filas dos bancos, elas não possuem nada que as torne visivelmente diferentes, é muito frustrante quando nos deparamos com pessoas assim, quando temos o desprazer de conviver, conhecer ou tomar notícia, mas precisamos aceitar o fato de que eles existem, e que não estamos imunes a eles, essa consciência pode tornar menos frustrante tal encontro.
A cena do jornalista no banheiro foi muito significativa para mim na história, quantas vezes depois de me deparar com uma verdade dolorida quis fazer exatamente aquilo, e talvez por não fazer ganhei alguns sintomas psicossomáticos, olhar para a raiva gerada pela frustração pode sim trazer alívio, liberar o sentimento é muito importante. Após o julgamento ficou claro para o jornalista o papel que ele teve na criação de uma história consistente para que o réu pudesse ter um segunda chance, o detendo usou do que aprendeu para escrever, para criar sua própria versão, aquela que tem apelo emocional e que conquista os corações dos ouvintes (júri).
É um filme que não chega a ser perda de tempo, a história é pesada, é cruel, é real, e isso traz desconforto, é uma história verdadeira.
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