sábado, 5 de dezembro de 2020

Mulan - live action 2020


Sempre gostei de assistir filmes e falar sobre minha impressão sobre eles, tem algum tempo não faço isso, antigamente enquanto estudante me sobrava algum tempo, e as responsabilidades eram menores, agora minha realidade é outra, mas meu gosto de assistir filmes, series, ler e devanear não mudaram, só me falta tempo para redigir um texto para compartilhar, com a estreia no streaming da Disney Plus do filme Mulan, me peguei novamente entusiasmada por algo novo, que não é tão novo, mas essa coisa que criaram de transformar os desenhos animados em live action, acho que é assim que chamam, me gera uma curiosidade. Com a pandemia e os cinemas fechados me senti órfã daquela sensação gostosa da novidade, da expectativa por uma estreia. 
A animação de 1998 teve algumas mudanças no live action, mas alterações compreensíveis, senti falta do Mushu, mas Xianniang, aquela linda feiticeira trouxe algo mais maduro à história, a direção que de uma forma humorada era dada por Mushu, ganhou um ar mais serio com Xianninang, e sua figura foi fundamental para que Mulan pudesse compreender sua essência, ela possui um poder muito grande, o que chamam de Chi, mas que precisou ocultar para ser aceita socialmente, mas aquele poder a diferenciava de todos e tinha um propósito. 
Muitas vezes escondemos nossos dons, nossos talentos e inclusive nosso temperamento para nos enturmarmos, para fazer parte de lugares que nem nos cabem, que não trazem algum aprimoramento ou evolução. Para mim Mulan, nessa versão live action, trouxe um olhar especial para a questão da importância de seguir as virtudes sempre, lealdade, coragem e verdade, e fundamentalmente de usar dessas virtudes primeiramente para consigo mesmo, ser leal, corajoso e verdadeiro com o outro é primeiro ser tudo isso para si; só assim nossa verdadeira força aparece, só quando podemos realmente ser quem somos. 

domingo, 2 de agosto de 2020

O copo quebrado

Outro dia ouvi alguém contar uma história que fez muito sentido, a pessoa dizia que algumas coisas na vida são como um copo que se quebra, não existe uma maneira de fazer com que ele seja um copo inteiro novamente, ele se quebrou e perdeu sua utilidade, e então é necessário que se junte os cacos e se jogue fora o copo, caso contrário, se mantivermos os cacos do copo em nossa vida, podemos eventualmente nos ferirmos com eles. 
Existem coisas que acontecem em nossa vida que são inevitáveis, e irreparáveis, mas algumas vezes essas coisas acontecem abrindo possibilidades para que outras coisas possam tomar lugar em nossas vidas. Assim como na história do copo que se quebrou, um espaço se abriu naquele lugar onde ele era guardado, e esse lugar poderá agora ser ocupado por um copo novo, ou por um outro objeto, ou simplesmente ficar livre, importante é saber que não se pode manter os cacos, os restos do copo quebrado, mas jogar tudo o que se tornou inútil, só assim os espaços poderão se tornar saudáveis. 
Muitas vezes fazemos da nossa vida um armário cheio de cacos, são lembranças dolorosas que teimamos em manter ao alcance de nossos olhos, é urgente fazer uma limpeza, abrir espaços. Dias atrás antes de ouvir essa história do copo eu estava me vendo presa a uma dor dilacerante, a dor de não ter controle sobre alguns eventos da minha vida, eu sempre soube que existem coisas que não controlamos, e por mais que eu entenda e acredite no poder do pensamento, eu sei que existem coisas que estão além do nosso entendimento, e que não vão se manifestar, simplesmente porque pensamos nelas, vão se manifestar porque merecemos, porque existe uma necessidade, um sentido dessas coisas se manifestarem, por mais que eu queira que um copo que caiu nunca tenha se quebrado, não poderei nunca mais tomar meu suco de laranja nele se ele se quebrou. Existem coisas que queremos muito, mas que são como os copos que se quebraram, não servem mais, se mantivermos a vontade de manter um copo quebrado em nossas vidas, sofreremos sempre que chegarmos perto dele, porque eventualmente iremos nos ferir nos cacos. 
Existem coisas que não estão sob o nosso controle, essas coisas são assim desde o inicio da criação, não podemos ressuscitar um ente querido que se foi, por mais que tenhamos um grande desejo de ter uma máquina capaz de fazer voltar no tempo, tal equipamento ainda não existe, existem coisas que se perdem, que se quebram, que simplesmente não podem continuar conosco, e tudo bem, a vida continua apesar disso. Aprendi então que posso me lembrar dos bons momentos com aquele copo, do dia lindo em que ele chegou à minha casa, mas que ele se quebrou, e eu preciso jogá-lo fora. 
Pegue suas dores, junte elas, agradeça o tempo que elas estiveram na sua vida, se dói hoje um dia não foi dor, e por isso deixe as ir... solte a sua dor, para que o espaço fique livre e que se possa instalar nesse espaço sentimentos bons, novos acontecimentos, a vida não para e existem coisas lindas acontecendo o tempo todo. 

terça-feira, 5 de maio de 2020

O que vai mudar daqui para frente? A vida não será mais como antes, como será o cotidiano após o Covid-19

Acredito que tudo vai mudar, não vamos mais ser os mesmos de antes, o Covid-19 é uma espécie de grande lição, eu o vejo como uma oportunidade, e penso que seja muito bom que a vida não seja como ela era antes, porque nós não estávamos vivendo, estávamos apenas existindo. Acordávamos pela manhã já com o “piloto automático” ligado, meio que hipnotizados pela rotina; quantas vezes eu chegava no final do dia e nem lembrava o que tinha no meu café da manhã. Quando digo estávamos apenas existindo, porque não tínhamos consciência de nosso papel no mundo, a vida estava superficial e vazia; agora temos a oportunidade de olhar para tudo isso.
Tudo que se refere a coletividade vai sofrer impacto, principalmente enquanto não existir uma vacina que nos imunize do Covid-19. No Brasil uma das mudanças importantes está relacionada ao que tange a higiene, nunca fomos muito preocupados com essas questões de higienização de ambientes, de mãos, esse tipo de cuidado é essencial para a saúde em todos os aspectos, muitas intoxicações alimentares começam com a negligência de lavar as mãos, inclusive esses vírus são incluídos em nossa vida pela falta de higiene, sofrem mutações quando encontram com um e outra “sujeira” ter consciência disso a partir de agora pode evitar, inclusive, que novos vírus surjam. A maioria de nós adotara o uso de máscaras, o que já acontecia em países do oriente, como Japão, China, Coréia, agora nossa cultura também vai usar esse acessório como proteção, já ouvi muitas pessoas dizendo que usarão para sempre principalmente em transporte coletivo.
A escolha dos espaços que visitaremos a partir de agora terá também critérios mais refinados, como consumir em locais públicos e coletivos, os restaurantes, bares, lanchonetes, lojas de departamento, todos esses estabelecimentos que hoje estão fechados por não serem considerados essenciais trarão um novo conceito, imagino que não vamos mais nos sentir tão confortáveis em lugares cheios, como as praças de alimentação de shoppings no almoço de domingo. Talvez muitos continuem a cozinhar a própria refeição e vão perceber nisso além de certa economia um prazer especial. Estar em casa, no lar, com a família e perceber que é possível ter tempo para isso foi uma das maiores lições e oportunidades que o Covid-19 proporcionou. Valorizaremos muitos mais o lugar onde vivemos, e as coisas que podemos fazer nesse lugar. Assim como consumir com maior consciência o que significa não desperdiçar e não ser refém do consumismo, ter o necessário.
Nossos hábitos sociais, e aqui eu quero enfatizar para o fato de que no período da quarenta muitos tiveram tempo de refletir sobre o fluxo de atividades que vivenciava antes da pandemia, a maioria de nós estava sobrecarregado, muitas vezes os compromissos sociais, profissionais e familiares tiravam tempo para que se pudesse pensar na qualidade de vida que gostaríamos de fato ter. O confinamento fez muitos de nós perceber que não havia necessidade de estar tão ocupados com eventos que em sua maioria não proporcionavam nada além de ressecas, quilos a mais e fofocas dispensáveis. A qualidade do tempo que despendemos nas atividades diárias agora deve estar na lista de prioridades e critério para eliminar excessos em nossa agenda. Já que passamos tanto tempo isolados, agora é hora de escolher estar perto de pessoas que nos façam realmente sentir bem, e nos proporcione a vontade de sermos seres humanos melhores. Já que aglomerações, muito provavelmente, continuarão sendo evitadas.
Uma coisa importante que mudará após a pandemia do meu ponto de vista é o fato de que a partir de agora a vida vai receber um valor especial, porque percebemos que não temos controle sobre a maioria das coisas, mas temos responsabilidade em fazer boas escolhas, em priorizar o que realmente é importante, que ser feliz e ser ocupado são coisas totalmente diferentes, e que estar ocupado de ser feliz é ter tempo e energia para gerar um sentido onde ter  e ser são coisas distintas, e que ser é transbordar em esperança e por isso conseguir enxergar um arco íris em cada canto, é na adversidade e em momentos difíceis que geramos maior possibilidades de crescimento, e de encontrar as coisas que realmente importam.
O nosso cotidiano pós pandemia precisa ser repleto de presença, de propósito, sem desperdício de qualquer tipo, material ou emocional, só vai valer a pena sobreviver a tudo isso se pudermos ser melhores, se pudermos amar ao nosso próximo como a nós mesmos, e amarmos o lugar que habitamos em especial a Terra e o nosso próprio corpo, templo do nosso ser; se você ama a Terra e ao seu corpo, você ama ao próximo e pode proteger a ele e a si mesmo, gerando energia de pura luz e vitalidade.

sábado, 28 de março de 2020

Noites Traiçoeiras


Hoje estava procurando algo pra ler ou para assistir e encontrei essa versão linda da música Noites Traiçoeiras interpretada pelo meu grupo musical favorito, Roupa Nova, hoje cada um de nós está carregando um cruz pesada, alguns com medo, outros com esperança, mas todos num momento nunca antes imaginado fora das telas do cinema, a ficção parece estar chegando à realidade, mas uma coisa nesse momento que se faz muito importante é o amor, mesmo nos filmes, por mais difícil que fosse a história, o final trazia sempre um alento, um desfecho positivo. "Deus te quer sorrindo", isso faz tanto sentindo agora, precisamos de fé e de bom humor, precisamos de um sistema imunológico forte para que não passemos por noites traiçoeiras, e para que possamos carregar a nossa cruz com alegria de saber que o mundo está fazendo a gente chorar, mas se estivermos sorrindo conseguiremos vencer essa batalha.
Nunca esse sentimo de amor foi tão importante, quem mantiver essa vibração vencerá qualquer tormento!

Foco, Fé e muita coragem.


segunda-feira, 23 de março de 2020

Coronavírus - Um novo modo de viver


Quando estava escrevendo esse título me ocorreu um outro: Coronavírus um novo "medo" de viver, é isso que senti quando os efeitos dele começaram reverberar pelo mundo. Não é apenas um vírus, é um medo que alastrou pelos quatro cantos do mundo. Estamos agora todos reféns do medo, a maioria em suas casa, outra parte nas ruas, no trabalho, porque não podem estar em suas casas, uma boa parte da população precisa trabalhar, e muitos estão com "medo" porque não tem trabalho, e estão em casa sem saber como viverão daqui para frente.
Fato é que ninguém estava preparado para uma pandemia, sempre tudo começa muito tímido, pequeno em algum lugar por aí, quando muito falam o nome desse lugar e ele começa a soar familiar a coisa já tem um tamanho que não se pode conter. Esse vírus por incrível que pareça não tem letalidade grande: "Apesar dos alarmantes números de mortes, a taxa de letalidade do novo vírus não passa de 3%, menor do que a da SARS (8%) e da dengue (3,8%)". (fonte: https://exame.abril.com.br/brasil/nao-ha-motivo-para-panico-coronavirus-segue-proximo-de-uma-gripe/) esse percentual mostra como ele gerou um "medo" de viver. A maior parte da população irá contrair o vírus e alguns não manifestarão os sintomas, existe uma população que inevitavelmente é mais vulnerável ao vírus e que devem se preocupar, e que infelizmente vão contrair o vírus daqueles primeiros que não manifestarão os sintomas.

Por isso o alarde para que todos "fiquem em casa", isso é tão sério porque o vírus se alastra com facilidade, e os jovens digamos mais "saúdaveis" acabam sendo hospedeiros que levam para os vulneráveis esse perigo de vida, esses jovens talvez manifestem sintomas de uma gripe comum, ou realmente nem saibam que estiveram com o vírus dentro deles. Parece um pouco louco que as pessoas precisem agora se afastar umas das outras, que elas não possam se tocar, e que o motivo para tudo isso é algo invísivel, e muito nocivo aos vulneráveis. Estamos protegendos os idosos, e aqueles que carregam algum problema de saúde como diabetes, hipertensão, entre outros. 
Além dos prejuizos economicos que viveremos também teremos que lidar com os prejuizos emocionais. Agora além do isolamento teremos que manter uma boa saúde mental. Lidar com o a incerteza sobre o futuro, a falta de controle sobre as coisas que estão acontecendo, e o fato de que teremos que estar distante daqueles que amamos, e porque? Exatamente por amar eles demais. Não vamos querer contaminar ninguém, então também não vamos nos contaminar e para isso teremos que ficar o mais possível longe das pessoas. 
É um novo modo de viver, que vai nos acompanhar ai pelo menos nos próximos meses, esperamos que tudo isso passe rápido, mas não é um pesadelo do qual se acorda e se deixa no esquecimento, não se acorda de algo assim, se vive algo assim interna e externamente, e nunca mais seremos os mesmos. E por isso é hora de olhar para tudo isso com esperança, o medo é algo que existe para nos proteger, não para nos matar. Precisamos aprender lidar com o medo, encarando ele de frente, ninguém coloca a mão no fogo, porque sabe que vai queimar, então ninguém precisa desobedecer as orientações das autoridades frente a essa pandemia, vamos obedecer por proteção. 
Vamos nos manter presentes, despertos para tudo isso, tirando disso lições valiosas. Eu estava pensando na vida corrida que eu mantinha, sempre com a agenda cheia, sempre correndo, preocupada com coisas que nesse momento não significam nada, esses dias no inicio da minha quarentena fui arrumar o guarda roupa, dobrando as peças empilhando fui percebendo quanta roupa eu tinha, agora em casa sem a necessidade de sair, percebo que não preciso de tudo aquilo, mesmo quando saia para trabalhar todos os dias, olhos os pares de sapatos nas caixas fechadas agora, tenho usado o mesmo sapato para sair, para evitar trazer contaminação, para facilitar a higiene, pois bem... não vou mais a reuniões e os salto alto estão todos lá... será que eu precisa de tantos?
Quando faço a comida, agora com tempo, percebo como eu podia ter reservado mais tempo naquela minha agenda cheia, para mim; e fico pensando em quantas vezes eu comi correndo, sem nem apreciar o sabor do alimento. Esses dias tive que sair para pegar algumas coisas na casa dos meus pais, e no caminho são 20km eu percebi aquela rodovia agora vazia de carros, um ou outro, o céu claro e muitas borboletas pelo caminho, agora elas tem espaço.
É um novo modo de viver, que cada um vai experimentar do seu jeito, cada uma vai abrir um livro pessoal, vai olhar para as páginas lá do inicio e talvez desejar agora reescrever a própria história com um enredo diferente, quem sabe você assim como eu esteja percebendo nesse caos a oportunidade de viver uma vida com mais qualidade e menos quantidade, uma vida com mais harmonia, e menos pressa, uma vida que realmente valha a pena ser vivida, num mundo onde as pessoas podem se olhar, e até se tocar, um mundo onde todos nós podemos então nos amar de verdade.