terça-feira, 5 de maio de 2020

O que vai mudar daqui para frente? A vida não será mais como antes, como será o cotidiano após o Covid-19

Acredito que tudo vai mudar, não vamos mais ser os mesmos de antes, o Covid-19 é uma espécie de grande lição, eu o vejo como uma oportunidade, e penso que seja muito bom que a vida não seja como ela era antes, porque nós não estávamos vivendo, estávamos apenas existindo. Acordávamos pela manhã já com o “piloto automático” ligado, meio que hipnotizados pela rotina; quantas vezes eu chegava no final do dia e nem lembrava o que tinha no meu café da manhã. Quando digo estávamos apenas existindo, porque não tínhamos consciência de nosso papel no mundo, a vida estava superficial e vazia; agora temos a oportunidade de olhar para tudo isso.
Tudo que se refere a coletividade vai sofrer impacto, principalmente enquanto não existir uma vacina que nos imunize do Covid-19. No Brasil uma das mudanças importantes está relacionada ao que tange a higiene, nunca fomos muito preocupados com essas questões de higienização de ambientes, de mãos, esse tipo de cuidado é essencial para a saúde em todos os aspectos, muitas intoxicações alimentares começam com a negligência de lavar as mãos, inclusive esses vírus são incluídos em nossa vida pela falta de higiene, sofrem mutações quando encontram com um e outra “sujeira” ter consciência disso a partir de agora pode evitar, inclusive, que novos vírus surjam. A maioria de nós adotara o uso de máscaras, o que já acontecia em países do oriente, como Japão, China, Coréia, agora nossa cultura também vai usar esse acessório como proteção, já ouvi muitas pessoas dizendo que usarão para sempre principalmente em transporte coletivo.
A escolha dos espaços que visitaremos a partir de agora terá também critérios mais refinados, como consumir em locais públicos e coletivos, os restaurantes, bares, lanchonetes, lojas de departamento, todos esses estabelecimentos que hoje estão fechados por não serem considerados essenciais trarão um novo conceito, imagino que não vamos mais nos sentir tão confortáveis em lugares cheios, como as praças de alimentação de shoppings no almoço de domingo. Talvez muitos continuem a cozinhar a própria refeição e vão perceber nisso além de certa economia um prazer especial. Estar em casa, no lar, com a família e perceber que é possível ter tempo para isso foi uma das maiores lições e oportunidades que o Covid-19 proporcionou. Valorizaremos muitos mais o lugar onde vivemos, e as coisas que podemos fazer nesse lugar. Assim como consumir com maior consciência o que significa não desperdiçar e não ser refém do consumismo, ter o necessário.
Nossos hábitos sociais, e aqui eu quero enfatizar para o fato de que no período da quarenta muitos tiveram tempo de refletir sobre o fluxo de atividades que vivenciava antes da pandemia, a maioria de nós estava sobrecarregado, muitas vezes os compromissos sociais, profissionais e familiares tiravam tempo para que se pudesse pensar na qualidade de vida que gostaríamos de fato ter. O confinamento fez muitos de nós perceber que não havia necessidade de estar tão ocupados com eventos que em sua maioria não proporcionavam nada além de ressecas, quilos a mais e fofocas dispensáveis. A qualidade do tempo que despendemos nas atividades diárias agora deve estar na lista de prioridades e critério para eliminar excessos em nossa agenda. Já que passamos tanto tempo isolados, agora é hora de escolher estar perto de pessoas que nos façam realmente sentir bem, e nos proporcione a vontade de sermos seres humanos melhores. Já que aglomerações, muito provavelmente, continuarão sendo evitadas.
Uma coisa importante que mudará após a pandemia do meu ponto de vista é o fato de que a partir de agora a vida vai receber um valor especial, porque percebemos que não temos controle sobre a maioria das coisas, mas temos responsabilidade em fazer boas escolhas, em priorizar o que realmente é importante, que ser feliz e ser ocupado são coisas totalmente diferentes, e que estar ocupado de ser feliz é ter tempo e energia para gerar um sentido onde ter  e ser são coisas distintas, e que ser é transbordar em esperança e por isso conseguir enxergar um arco íris em cada canto, é na adversidade e em momentos difíceis que geramos maior possibilidades de crescimento, e de encontrar as coisas que realmente importam.
O nosso cotidiano pós pandemia precisa ser repleto de presença, de propósito, sem desperdício de qualquer tipo, material ou emocional, só vai valer a pena sobreviver a tudo isso se pudermos ser melhores, se pudermos amar ao nosso próximo como a nós mesmos, e amarmos o lugar que habitamos em especial a Terra e o nosso próprio corpo, templo do nosso ser; se você ama a Terra e ao seu corpo, você ama ao próximo e pode proteger a ele e a si mesmo, gerando energia de pura luz e vitalidade.