terça-feira, 1 de abril de 2025

"Ninguém está condenado a ser quem sempre foi"

Ouvi essa frase outro dia e fiquei pensando sobre essa realidade, somos livres para escolher novos caminhos, mas estamos tão acostumados a ser quem esperam que sejamos que não nos atrevemos a fazer diferente. Precisamos questionar a vida, questionar nossos motivos de continuar sendo quem dizem que somos. Quantas vezes você disse para você mesmo que não poderia fazer algo e pontuou vários obstáculos, alguma vez você pensou em se perguntar o que poderia mudar para superar os obstáculos? 

Em geral nos acomodamos, naquele famoso lugar, a zona de conforto, que nem é tão confortável na maioria das vezes, é um lugar que nos acostumamos, que parece seguro, mas que não nos faz progredir. 

Podemos escolher mudar, mas não basta apenas escolher, é preciso agir, fazer de fato algo significativo para ser quem você escolhe ser. Posso escolher ser medrosa, ter medo de tudo, e me paralisar frente a qualquer coisa que me assombre, como posso escolher ser corajosa. Não nascemos medrosos, nascemos cheios de potencial, mas aceitamos muito fácil o que falam sobre nós, e ter coragem em alguns momentos nos trás destaque, e talvez você tenha sido ensinado que ter destaque pode ser perigoso. É como naquela crença de que felicidade de mais pode trazer uma infelicidade na sequência, e realmente como tudo é transitório existirão momentos bons e ruins, mas é sempre escolha sua como vai lidar com eles. 

Você é livre, e pode escolher, feita a escolha você deve agir para construir a sua realidade, ela não vem pronta, a vida é um processo contínuo de erros e acertos, nada vem do nada, tudo surge de algum lugar, de algum primeiro passo. Você não escolhe estar em outro país agora e em dez minutos chega lá, primeiro tem que iniciar a viagem, dependendo do meio de transporte que escolher chegará mais rápido ao seu destino, se não puder da maneira mais rápida não importa, importante é iniciar a viagem. #pensandoalto #vamosrefletir

A secreta vida de Walter Mitty (2013)

 

Depois de assistir esse filme fiquei me perguntando, por que não assisti antes, talvez porque precisava dele agora. Me lembrou o filme Hector em busca da felicidade, com um contexto diferente, mas com uma mensagem parecida. Precisamos nos abrir para novas experiências. Em geral os revezes da vida são grandes oportunidades para explorarmos mais da nossa própria capacidade de existir. Muitos de nós está vivendo no piloto automático, dia após dia, fazendo sempre o mesmo, sem arriscar fazer diferente. A vida está acontecendo, muitas coisas estão acontecendo, existem lugares incríveis para conhecer, existem pessoas incríveis para conhecer, existem sonhos para serem vividos, para serem realizados. 
Talvez a coisa mais simples da vida seja mesmo vivê-la, participar dela. 

sábado, 29 de março de 2025

Histórias que lembrei

Na vida existem momentos que nos marcam, que carregamos a lembrança nítida, estava assistindo uma entrevista com uma psicanalista que me trouxe diversos insights sobre alguns desses momentos do meu passado. Estava lembrando quando eu era criança devia ter uns sete anos de idade, a turma estava brincando no parquinho da escola e a professora pediu que eu fosse ver a hora no relógio da escola, sai do parquinho em direção a entrada da escola onde ficava um relógio bem grande, a distância entre o parquinho e essa entrada devia ser de uns cem metros ou um pouco menos, lembro que não fui sozinha outras colegas quiseram me acompanhar, então fui olhei o relógio vi as horas e voltei, mas como estava acompanhada me distrai com a conversa das coleguinhas e quando cheguei até a professora eu já não lembrava que horas eu tinha visto. Não me recordo o que a professora disse, mas lembro que fiquei muito envergonhada de não lembrar o horário, ela talvez expressou sua frustração em ter me delegado aquela tarefa e eu ter falhado, então ela mesmo foi lá ver as horas. Quando ela se levantou para ir até o relógio eu talvez tenha ficado ali remoendo meu constrangimento. Muitas vezes na vida adulta tenho essa sensação ainda, de que vão me pedir algo e talvez eu falhe na conclusão, quantas vezes acabei me sabotando, talvez revivendo aquele momento inconscientemente. Hoje tomando essa consciência posso ter mais controle sobre isso e aceitar o fato de uma criança de sete anos acompanhada de amiguinhas se distrairia com certeza e acabaria esquecendo o do horário que havia visto. 

Então uma outra memória me veio da mesma época, eu sempre morei perto da escola, e no inicio minha mãe me levava de casa até a escola, mas percebendo que o caminho era fácil e seguro deixou de me levar e então eu caminhava sozinha para ir e voltar, a professora sabia disso e por isso quando dava o horário de saída se despedia e me deixava ir para casa, mas um dia a professora faltou e a substituta não sabia que minha mãe não me pegava, naquela época tinha um outro coleguinha que também ia sozinho para casa, mas todos sabiam que ele morava uma quadra da escola, praticamente podia se ver a casa dele do portão, mas eu morava uns três quarteirões, então quando deu a hora de ir pra casa as mães chegaram pegaram os coleguinhas o meu amiguinho que morava perto saiu sem problemas, mas a professora substituta não deixou eu ir, disse que eu tinha que esperar minha mãe, eu tentei explicar que ia sozinha, mas ela pareceu não acreditar, talvez imaginou que eu estava apenas querendo ir logo embora, não queria esperar, enfim. Lembro que os que ainda estavam por ali me olhavam e mais uma vez me senti envergonhada com a situação, alguns coleguinhas falaram para ela que eu ia sozinha, não sei se a inspetora de alunos depois disse para ela que podia me deixar ir e então ela deixou, fato foi que ela acabou me deixando ir depois de longos minutos nesse empasse. Fui embora naquele dia com outro animo, envergonhada da minha autonomia, e também sentindo que minha mãe não estava fazendo certo deixando eu ir sozinha, na minha cabeça talvez ficou a ideia de que ter autonomia era algo solitário e que minha mãe devia cuidar mais de mim não me deixando voltar sozinha. Hoje percebo que não tinha nada errado, era realmente perto, era seguro, minha mãe confiava que eu sabia fazer aquele trajeto, mas me recordo que depois desse episódio o caminho parecia maior e a sensação de medo e solidão naqueles metros até em casa pesaram durante um tempo. Quantas vezes evitei lugares, situações e até viagens por sentir essa insegurança de que sozinha não era certo, de que tinha que ter alguém comigo, que alguém iria fazer alguma critica a meu respeito pela minha autonomia. Quantas bagagens trazemos da nossa infância, quantas coisas precisamos olhar agora com olhos de compaixão para aquela criança que não sabia e interpretava as coisas a sua maneira. Desde muito pequena eu sempre fui encorajada a confiar em mim e na minha capacidade de realizar, mas não entendia assim, entendia que isso não era bom, que era errado ter essa confiança e coragem. Como eu queria agora abraçar aquela menininha e dizer pra ela, olha só essa professora não conhece você, não conhece sua história, ela não sabe que sua mãe te acompanhou por alguns dias, e confiou que você poderia fazer isso muito bem, enquanto ela ficava com seu irmão caçula em casa te esperando, preparando o jantar da família enquanto você caminhava corajosamente para casa, que ir sozinha não significa que eu era só, mas que eu podia fazer aquilo. 

Estou prestes a fazer uma viagem sozinha, e talvez me lembrei dessas duas passagens da minha infância por perceber que adiei muito muita coisa por medo de viver, medo de assumir que sou capaz de realizar coisas grandiosas, que vou saber o caminho de casa, que vou saber para onde ir e o que fazer, que talvez eu me distraia em alguns momentos mas que eu posso voltar e fazer de novo. 
Independência é algo bom, falhar é poder fazer de uma forma diferente depois. 

Vamos acolher nossas histórias nosso passado, ressignificar ele enquanto é tempo e parar de nos sabotar na vida adulta, acolhendo nossa criança ferida, curando ela, para que possamos aproveitar o melhor que a vida tem a nos oferecer. 

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Depois de muito tempo

 Depois de muito tempo hoje resolvi voltar, conversava com uma amiga que dizia que eu escrevia bem, falava bem, e devia fazer isso com mais frequência, e aqui estou. Sempre tive vontade de ser escritora, penso que consigo colocar em palavras algumas das minhas inquietações e  isso me ajuda a elabora-las, compreendê-las, sei que existem pessoas que podem se identificar com essas palavras, e quem sabe eu possa me ajudando, ajudar também. 

Hoje pensei em voltar dizendo que finalmente a vida parece estar em ordem, apesar de saber que sempre haverá alguma bagunça, foram anos intensos, muito trabalho externo e interno. O trabalho externo é aquele pelo qual sou apaixonada, cada vez mais sinto que estou desenvolvendo um jeito tão meu de executar meu oficio, aliando a bagagem que vai sendo acumulada tudo vai ficando mais edificante, talvez seja como o vinho, com o tempo a maturação vai ficando sim melhor. O trabalho interno esse tem me feito colher bons frutos, outro dia me dei conta que estou fazendo terapia desde 2021, e desde então muitas descobertas sobre mim mesma foram feitas, e dessas descobertas tenho conseguido me olhar de uma maneira menos rígida, tenho me olhado com mais amorosidade. 

Voltei a fazer terapia depois de muitos anos, o motivo foi um surto existencial, sim eu também tenho meus maus momentos, no final de 2019 eu conheci um certo homem, que não convém dar muitos detalhes, mas era um homem com seus 40 e poucos anos, divorciado, pai de um filho que na época tinha 8 anos, e que parecia gente boa, me envolvi com ele de uma maneira descompromissada, como ele mesmo propunha, não era minha vontade, eu buscava um compromisso, mas realmente nos dávamos bem, e logo chegou a pandemia da COVID19 e aqueles tempos difíceis acabam por nos unir de uma maneira até estranha, estranha porque éramos um casal, tínhamos um relacionamento, mas não podíamos chamar aquilo de algo sério, foi assim até metade de 2021, quando então ficou claro para mim que aquele sujeito tinha muito do que descrevem como narcisismo, para mim, apesar de profissional da saúde mental, foi muito difícil constatar essa realidade, mas quando eu já não me sentia mais eu, estava totalmente tomada por um discurso que me causava crises de ansiedade, uma certa sensação de despersonalização percebi que algo não estava certo. Relacionamento abusivo é algo bizarro, porque você demora a identificar, porque a pessoa te trata muito bem para conseguir o que quer, mas te destrói veladamente quando percebe que você tem sentimentos por ele, porque ele usa isso para te destruir, o amor que você sente que te liga a ele, ele usa para te machucar, com frases do tipo, você está aqui porque você quer, eu não te obrigo a nada, eu gosto de você mas não te amo, não te convidei para não achar que somos namorados, essa última frase ouvi depois dele convidar amigos para jantar e dizer que não me convidou para não parecer que teríamos um relacionamento, depois de dois anos frequentando a casa dele quase que diariamente. O filho dele conheci por fotos, sempre de costas, não entendi até hoje porque ele fazia isso, mas também depois de um tempo eu nem queria mais entender, um dia vi o menino no mercado com ele, bem rápido ele nem foi capaz de dizer olha esse é meu filho, fingiu que estava falando ao telefone para não precisar me dar atenção. Como me submeti a isso tanto tempo? Culpo minha carência, e hoje percebo que foi total falta de amor próprio. Porque estou falando disso, para dizer que voltei a fazer terapia.

Desintoxicar de um narcisista leva tempo, muito tempo, mudei de apartamento duas vezes, procurando por mim mesma depois de retirar aquele homem da minha vida, tive que bloquear o contato, me afastar de qualquer lembrança dele, porque tudo era gatilho para uma crise de ansiedade, porque ele me causava muita ansiedade. Como consegui sair dessa? Ele viajou de férias e me avisou por telefone que estava indo para praia com um amigo, nem se preocupou em me convidar, quando voltou queria matar a saudade, então quando eu disse que não queria mais nada, me disse simplesmente que não podia fazer nada se ele não se apaixonou por mim, que ele poderia agora se apaixonar por uma gari, mas não por mim. Eu já estava na terapia nessa época buscando recursos internos para sair dessa relação que era mega tóxica, estava tomando ansiolíticos e antidepressivos tinha uns dois meses, procurei a psiquiatra quando ele apresentando sintomas gripais, na época que não tinha ainda vacina para a covid, me convidou para almoçar, claro ele me disse dos sintomas depois que almoçamos, e naquela noite me disse que seu teste para covid deu positivo. Surtei, porque não houve nenhum tipo de cuidado, nenhum tipo de preocupação, no dia seguinte quando o procurei o telefone estava desligado, e ele não atendia a campainha da porta, um filme de terror para mim. Só tive noticias dele 15 dias depois, me perguntando se eu estava bem, se tinha ficado doente, que ele havia ficado muito mau, eu por alguma razão do destino não me contaminei, não da covid, mas tive que procurar uma médica psiquiatra e me medicar. 

Enfim, desde então continuo fazendo terapia, já não tomo mais remédios controlados, não tive nenhum relacionamento sério depois desse, algumas tentativas, mas sempre é difícil quando você tem cicatrizes de um relacionamento abusivo, mas já me sinto mais confiante em relação a quem sou, e aquela carência do passado se transformou em um sentimento que vou chamar de empoderamento, agora sei quem sou e o que mereço, e sei que não mereço mais nada que me machuque de nenhuma forma, nada que me faça sentir apertada, inconveniente, ou menor. Pessoas machucadas ferem pessoas, e essas pessoas não podem ficar perto de pessoas saudáveis, essas pessoas as vezes não querem se curar, querem espalhar sua dor, sua baixa autoestima. Tem alguns meses cruzei com esse homem num shopping, ele estava acompanhado, ela não parecia ser uma gari, mas naquele momento não senti nada, até sorri, feliz porque naquele momento ele era apenas um homem no shopping com a sua namorada, e eu era uma mulher livre feliz e realizada, caminhando pelo shopping, pelo menos me sentia assim, não em pedaços mas inteira, realmente passei todo esse tempo juntando meus cacos, mas talvez eu tenha me transformado naquele vaso, kintsugi, kintsugi é a técnica de pegar um vaso de porcelana quebrado e juntar as peças com ouro, o que deixa a peça mais valiosa. 

Tudo é oportunidade, quando sabemos aproveitar, mas uma coisa que aprendi é não me demorar em lugares que não fazem sentido, é bem verdade aquilo que falam sobre você ir viajar e descobrir que está no trem errado, saia o quanto antes, senão a viagem de volta custará muito caro. 

terça-feira, 19 de julho de 2022

Desabafo

 Vivemos em um mundo, infelizmente, adoecido, estive nesses últimos dias extremamente desconfortável por experienciar uma situação inusitada. Algumas vezes no passado vivenciei coisas desse tipo, mas dessa vez senti um constrangimento diferente. Nos comunicamos mal, usamos as palavras de maneira equivocada, e muitas vezes não nos damos conta disso. As palavras tem uma enorme força, um grande poder, elas podem acalmar, como podem evocar tempestades; sei que erro, e quem não erra não é mesmo, não gostamos que nos apontem os erros, mas é necessário que se apontem os erros que cometemos para que possamos melhorar, nos lapidar, mas algumas vezes, algumas pessoas, tendem a tornar nossos erros triviais em enormes dramas porque misturam trivialidades com seu drama pessoal e te sugam de uma maneira doentia para seu mundo doente. 

Me senti assim, sugada para uma realidade paralela, onde grandes mentiras foram contadas, e as palavras foram usadas de maneira tão contundente que cheguei a pensar que tinham fundamento. Esse é o perigo, quando as palavras de outros se tornam tão fortes que te fazem desacreditar das suas próprias ações. 

Sei que falo de uma maneira indireta que pode levantar inúmeras interpretações "do que ela está falando?" "do que se trata?" "O que aconteceu?". Não importa, é um desabafo, um desabafo em tempos onde tudo que se diz repercute, vira evidencia, se torna arma. Sim, hoje as palavras são flechas que não voltam, mas que ferem. Já foi o tempo onde se ouviam todas as partes, hoje se ouve a parte que fala mais alto, ou que produz maior medo. Não deveria ser assim. A voz do fraco, ou do inocente parece ter valor nenhum. Quem paga o preço? Penso que o fraco tem pago o preço. 

Para a justiça divina, e eu ainda acredito nela, as coisas se organizam e se ajustam. É preciso que não se perca a fé, e em tempos como esse acreditar sempre na máxima bíblica que diz: "a verdade voz libertará!" 

Com tudo isso aprendi que mais vale a minha paz do que ter razão, espero que a minha paz se reestabeleça, e confio que ela vai se restabelecer e que de todo desconforto que vivi se edifique um aprendizado valioso para o que no futuro encontrarei. 

terça-feira, 21 de junho de 2022

Por que as coisas são difíceis?



Uma vez aprendi que tudo é difícil antes de se tornar fácil, então quando algo se apresenta difícil eu costumo olhar para a situação como um desafio que pode ser transposto. Na verdade as situações mais adversas chegam para que possamos adquirir novas ferramentas ao nosso progresso, por isso procuro substituir o difícil por desafio. É difícil para a criança fazer laço no cadarço do seu sapato, mas ela vai tentando e logo aquilo se torna natural, aquele desafio é vencido e ela pode então fazer seu próprio laço e caminhar com segurança, antes precisava de alguém que já havia aprendido para lhe prender o sapato, agora ela mesmo o faz. 

Assim são os momentos difíceis, muitas vezes precisamos de auxílio, seja de uma pessoa, de um livro, um manual explicativo, precisamos nos colocar a exercitar o movimento até que transpomos a falta de experiência para a experiência vivencial de conseguir, e fazer daquilo que foi um desafio um aprendizado que se carrega posteriormente para a vida toda. 

Se você não tiver nenhum problema neurológico, ou físico, não desaprendera aquela experiência. 

Se algum momento for difícil para você, se pergunte: alguém já conseguiu êxito nesse assunto? Se a resposta for positiva acredite, você também pode! 

@patyfukura 

#pensandoalto #vamosrefletir 



Você quer ter sucesso? Faça coisas que te levem ao sucesso, primeiro deixe de se depreciar, saia da reclamação. E lembre-se que a gratidão da boca para fora pode não ser o caminho, agradeça e sinta-se realmente grato. “Há uma utilidade real na gratidão. Ela também é uma proteção contra a vitimização e o ressentimento”. Se você cultivar maus hábitos será levado com certeza ao fracasso, porque você ampliará na vida sentimentos que o levarão ao caminho tortuoso e obscuro, onde as paisagens serão obscuras. 

Lembre-se que uma vida virtuosa depende de uma escolha interna, depende de boas escolhas. 

@patyfukura 

#pensandoalto #vamosrefletir 

Por que isso aconteceu de novo comigo?

Você já se perguntou algo assim? As coisas se repetem até que possamos aprender com a situação e a transpor. Enquanto eu tomar as mesmas decisões, enquanto fizer as mesmas escolhas os resultados serão os mesmos e me levaram ao mesmo questionamento. 

Então para que as coisas possam ter resultados diferentes e não se repitam, preciso aprender fazer escolhas diferentes; escolhas diferentes implicam em mudar o seu modelo mental, mas não é tão simples, uma reprogramação mental exige um certo esforço e somos biologicamente programados para evitar esforço. 
A tal zona de conforto nos mantém nos mesmos padrões sejam eles assertivos ou não. É necessária uma boa dose de coragem e perseverança para querer mudar; para produzir novos comportamentos, novas maneiras de pensar e agir. 
Nos acostumamos a queixar das coisas sem se quer refletir sobre como elas acontecem. Por isso se você quer mudar algo na sua vida saiba que pode ser desafiador inicialmente, mas que poderá render a você uma nova realidade mais edificante. Reflita mais sobre as coisas que se repetem, a fim de que elas possam se transformar em novos caminhos, com resultados diferentes, mas não fique apenas na reflexão, aja! São as ações que garantem os novos padrões, e a instalação de um novo modelo mental. 
@patyfukura 
#pensandoalto #vamosrefletir 

domingo, 22 de maio de 2022

A Bênção de Nahuatl


Liberto meus pais de sentir que eles não puderam me dar tudo em que acreditam terem falhado. 

Eu os amo e agradeço por terem sido o instrumento da vida para que eu esteja aqui hoje.


Eu liberto meus filhos da necessidade de ampliar meu ego, de querer satisfazer os desejos ou objetivos que eu não cumpri para mim ou de que eles se sintam obrigados a me orgulhar.

Peço-lhes que escrevam suas próprias histórias de acordo com suas vontades de experimentar e com o que alegra seus corações.


Eu liberto meu parceiro da obrigação de me completar.

Estou completo (a). Nada me falta, tudo está dentro de mim e minha felicidade depende de mim. Aprendo e evoluo com cada um de meus relacionamentos e, se falhamos, também fui responsável por atrair essa situação.


Eu liberto meus irmãos de qualquer culpa que sentem por mim, ou de fazê -los acreditar que me machucaram, ou se em qualquer momento eu os ofendi, ignorei ou neguei.

Em nenhum momento minha intenção foi de viver suas vidas, nem de impedir suas experiências ou fazê-los pensar que não poderiam fazer bem ou que eu pudesse fazer melhor do que eles.


Eu os amo. Agora estou ciente de que estão fazendo o melhor que podem fazer e confio plenamente em suas habilidades e pontos fortes para descobrir a vida maravilhosa que sempre sonharam pra eles.


Para meus avós e antepassados ​​que foram se encontrando para que eu, hoje, aqui respire a vida em seus nomes, liberto-os das falhas do passado e dos desejos que não cumpriram.

Consciente de que tudo o que fizeram foi o melhor que puderam fazer para resolver cada uma das situações que enfrentavam, com os recursos que tiveram desde o nível de consciência que tinham naquele momento.


Eu os honro com a minha vida, fazendo o melhor que posso para fazê-la feliz, digna e próspera. Eu os amo e reconheço todos e cada um deles.


Sob seus olhares expresso minha gratidão e todo meu amor para que saibam que não escondo nem devo nada além de ser fiel a mim mesmo e a minha própria existência, dessa forma eu os honro.


O que aprendi com todos me faz ser quem sou e me permite traçar o caminho da minha vida com sabedoria, consciente de que estou cumprindo meu projeto de vida, livre de lealdades familiares invisíveis e visíveis, livre de laços e crenças que possam perturbar minha Saúde e Alegria, minha Paz e Felicidade.


Eu renuncio ao papel de Salvador(a) e Redentor(a), de ser aquele(a) que une ou cumpre expectativas alheias.

Aprendendo através e somente através do Amor / aceitação, permitindo a cada um Ser como quer e me permitindo Ser como realmente sou.


Eu abençoo a essência mais expandida do meu Ser que é Maravilhosa, Esplêndida e Notável (Eu Sou), que através da minha forma única de me expressar e mesmo que alguém não possa me entender, eu apenas me expresso como sou, porque só Eu vivi e experimentei minha própria história, porque eu conheço a mim mesmo, sei quem sou, o que sinto, o que faço e por que faço.


Me aceito, me respeito, me aprovo e me responsabilizo apenas por mim, com amor / aceitação e compreensão.


Honro a Divindade em mim e em você … Agora somos livres para nos amar. Eu te amo / Eu te aceito em minha vida e experiência de vida.

Grato(a).

Oração de 21 dias do Arcanjo Miguel




“Eu apelo ao Cristo para acalmar meus medos e para apagar todo o mecanismo de controle externo que possa interferir com esta cura. Eu peço ao meu Eu Superior que feche a minha aura e estabeleça um canal Crístico para os propósitos da minha cura, para que só as energias Crísticas possam fluir até mim.


Não se poderá fazer outro uso deste canal que não seja para o fluxo de energias Divinas. Agora apelo ao Arcanjo Miguel da 13ª Dimensão que sele e proteja completamente esta sagrada experiência.


Agora apelo ao Círculo de Segurança da l3ª dimensão para que sele, proteja e aumente completamente o escudo de Miguel Arcanjo, assim como para que remova qualquer coisa que não seja de natureza Crística e que exista atualmente dentro deste campo.


Agora apelo aos Mestres Ascencionados e aos nossos assistentes Crísticos para que removam e dissolvam completamente todos e cada um dos implantes e suas energias semeadas, parasitas, armas espirituais e dispositivos de limitação autoimpostos, tanto conhecidos como desconhecidos.


Uma vez completado isto apelo pela completa restauração e reparação do campo de energia original, infundido com a energia dourada de Cristo. Eu Sou livre! Eu Sou livre! Eu Sou livre! Eu Sou livre! Eu Sou livre! Eu Sou livre! Eu Sou livre!


Eu, o ser conhecido como (declare seu nome) nesta encarnação particular, por este meio revogo e renuncio a todos e cada um dos compromissos de fidelidade, votos, acordos e/ou contratos de associação que já não servem ao meu bem mais elevado, nesta vida, vidas passadas, vidas simultâneas, em todas as dimensões, períodos de tempo e localizações.


Eu agora ordeno a todas as entidades (que estão ligadas com estes contratos, organizações e associações às que agora ¬renuncio) que cessem e desistam e que abandonem meu campo de energia agora e para sempre, e em forma retroativa, levando seus artefatos, dispositivos e energias semeadas.


Para assegurar isto, eu agora apelo ao sagrado espírito Shekinah para que seja testemunha da dissolução de todos os contratos, dispositivos e energias semeadas que não honram à Deus. Isto inclui todas as alianças que não honram à Deus como Ser Supremo. Ademais.


Eu peço que o Espírito Santo “testemunhe” esta liberação completa de tudo que infringe a vontade de Deus. Eu declaro isto adiante e retroativamente. E assim seja. Eu agora volto a garantir minha aliança com Deus através do domínio do Cristo e a dedicar meu ser inteiro, meu ser físico, mental, emocional e espiritual à vibração de Cristo, desde este momento em diante e em retroativo.


Mais ainda, dedico a minha vida, meu trabalho, tudo que penso, digo e faço, e todas as coisas que em meu ambiente ainda me servem, à vibração de Cristo também. Ademais, dedico meu ser à minha própria maestria e ao caminho da ascensão, tanto do planeta como o meu.


Havendo declarado tudo isto eu agora autorizo ao Cristo e ao meu próprio Ser Superior para que faça mudanças em minha vida para acomodar esta nova dedicação e peço ao Espírito Santo que testemunhe isto também. Eu declaro isto à Deus. Que seja escrito no Livro da Vida. Que assim seja. Graças a Deus.


Ao Universo e à Mente de Deus inteira e a cada ser Nela contido, a todos os lugares onde tenha estado, experiências das quais tenha participado e a todos os seres que necessitam desta cura, sejam conhecidos ou desconhecidos de mim, qualquer coisa que se mantenha entre nós, eu agora curo e perdoo.


Eu agora apelo ao Santo Espírito Shekinah, ao Senhor Metatron, ao Senhor Maitreya e a Saint Germain para que ajudem e testemunhem esta cura. Eu os perdoo por tudo o que necessite ser perdoado entre vocês e eu. Eu lhes peço que me perdoem, por tudo que necessite ser perdoado entre vocês e eu.

O mais importante, eu me perdoo a mim mesmo, por tudo o que necessite ser perdoado entre minhas encarnações passadas e o meu Ser Superior. Estamos agora coletivamente curados e perdoados, curados e perdoados, curados e perdoados. Todos estamos agora elevados a nossos seres Crísticos.


Nós estamos plenos e rodeados com o amor dourado de Cristo. Nós estamos plenos e rodeados da dourada luz de Cristo. Nós somos livres de todas as vibrações de terceira e quarta vibrações de dor, medo e ira. Todos os portões e laços psíquicos unidos a estas entidades, dispositivos implantados, contratos ou energias semeadas, estão agora liberados e curados.


Eu agora apelo a Saint Germain para que transmute e retifique com a Chama Violeta todas as minhas energias que me foram tiradas e as retome a mim agora em seu estado purificado.


Uma vez que estas energias regressaram a mim, eu peço que estes canais através do quais se drenava a minha energia, sejam dissolvidos completamente. Eu peço ao Senhor Metatron que nos libere das cadeias da dualidade. Eu peço que o selo do Domínio do Cristo seja colocado sobre mim. Eu peço ao Espírito Santo que testemunhe que isto se cumpre. E assim é.


Eu agora peço ao Cristo que esteja comigo e cure minhas feridas e cicatrizes. Eu também peço ao Arcanjo Miguel que me marque com seu selo, que eu seja protegido (a) para sempre das influências que m impedem de fazer a vontade do Nosso Criador.


E assim seja! Eu dou graças a Deus, aos mestres Ascensionados, ao comando Ashtar Sheran, aos Anjos e Arcanjos e todos os demais que têm participado nesta cura e elevação contínuo do meu ser. Sela! Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus do universo! Kodoish, Kodoish, Kodoish, Adonai Tsebaioth!”

sexta-feira, 20 de maio de 2022

 Encontrei, ou melhor, reencontrei recentemente um envelope endereçado a mim, dentro dele uma carta, com data de abril de 2018, sim, quatro anos atrás. Curioso ter reencontrado essa carta, ela foi escrita num evento que participei, a proposta era escrever uma carta para si mesmo, e essa carta seria entregue dali 30 dias. Eu na época a li e guardei. E é curioso, porque hoje depois de quatro anos é como se realmente eu estivesse recebendo uma carta de uma amiga que deseja tudo de melhor para mim, uma amiga que me conhece muito bem, e reconhece minhas dificuldades, meus conflitos e fundamental, minhas virtudes. Uma amiga que me deixou advertências, conselhos e votos de que o futuro fosse gentil comigo, tanto quanto eu pudesse ser gentil comigo mesma.


Todos nós temos medos, inseguranças, mas junto dessas emoções existem também sonhos, desejos, ambições. Como seria se você pudesse encontrar uma versão sua do futuro? Ou uma versão sua do passado?

Que tipo de pessoa você espera ser para sua versão passada ou futura?

Quem sabe você se inspire e escreva uma carta dessas, uma carta para você, uma carta para você receber daqui 30 dias, e quem sabe reencontrar daqui alguns anos, e se surpreenda com as coisas que você desejou, com as coisas que conquistou, com as advertências que se fez.


#pensandoalto

Cuide-se

 No final das contas tudo que conta é como você se cuida, como você se trata. Se você se trata bem, é o que conta; se você não se trata bem é o que conta. Não adianta você viver tomando conta dos outros, se você não se prioriza você corre o risco de se perder. Quando você se perde você deixa de viver a sua vida e vive qualquer coisa, geralmente qualquer coisa pode não trazer alegria.

Quem ama cuida, cuida de si com esmero, com prioridade, com alegria e assim tem energia suficiente para também cuidar daqueles que precisarem, ou que solicitarem ajuda. A boa ajuda é aquela que é solicitada, é aquela em que você trata de quem quer ser tratado. A melhor maneira para se cuidar é se tratar bem, é saber quando você precisar ajudar, e quando precisa ser ajudado. No final as contas tudo se trata de você, e da maneira como você se trata. #pensandoalto


 

Quando vivemos um momento difícil estamos experimentando um aprendizado, uma oportunidade de crescimento; toda crise é um momento complexo e vem com muitas oportunidades, as oportunidades são a maneira de colocarmos o aprendizado em prática.

Porém só vamos conseguir compreender as crises como oportunidades quando deixarmos de olhar a crise com um problema, algo difícil de ser superado. Primeiro precisamos compreender que todas as coisas, ou pelo menos a maioria delas é difícil antes de se tornarem fáceis. Aceitar que em alguns momentos da vida não teremos como controlar os acontecimentos facilita a tomada de decisão, porque muitas vezes não fazer nada é a melhor solução. Isso mesmo, quando simplesmente deixamos as coisas acontecerem elas por si mesmas se resolvem, se você estiver atento, vai entender que é hora de se mover ou não, é como quando passa uma tempestade, fechamos as janelas e esperamos até que a tempestade passe para abri-las novamente; então quando a tempestade começa fechamos as janelas, ou seja, agimos, depois aguardamos, quando a tempestade passa podemos agir novamente.

Precisamos compreender que os momentos, sejam eles como forem são passageiros. #pensandoalto

Vida

 Estava na estrada voltando da casa dos meus pais e eu pensei em ouvir podcasts no caminho, não sabia o que ouvir, sabe aquele dia que você não consegue escolher nada, pois é, então escolhi um música que apareceu como sugestão que sinceramente nesse momento não me lembro qual foi, apenas lembro que era uma música antiga. Logo depois de alguns quilômetros começou tocar a música life da Des'ree, é uma música antiga que eu gosto muito, ela é animada, e tem uma letra gostosa que diz:


"Eu tenho medo do escuro/ Especialmente quando estou num parque/ Quando não tem mais ninguém por perto/ Oh, eu tenho calafrios/ Não quero ver um fantasma/ É a visão de que eu mais tenho medo/ Eu preferia pegar um pedaço de torrada/ Assistir as notícias da noite/ Vida, oh, vida Oh, vida, oh, vida/ Sou uma garota supersticiosa /Sou a pior no mundo/ Nunca caminho debaixo de escadas/ Eu tenho um amuleto de rabo de coelho/ Vou enfrentar você num desafio/ A qualquer hora, em qualquer lugar/ Indique o local, estarei lá/ Salto elástico, não me importo/ Vida, oh, vida Oh, vida, oh, vida/ Vida/ Então, depois que tudo estiver dito e feito /Eu sei que não sou a única/ A vida sem dúvida pode ser divertida/ Se você realmente desejar/ Às vezes manter vivos os seus sonhos/ Não é tão fácil quanto parece/ Você quer voar ao redor do mundo/ Num lindo balão/ Vida, oh, vida

Oh, vida, oh, vida"


Não podemos jamais esquecer disso, todos sentem medo, os mais diversos medos, mas a vida pode ser divertida, precisamos viver isso, algumas vezes desacreditamos dos nossos sonhos por acharmos que eles são grandes demais, mas nenhum sonho é grande demais, é necessário ter coragem de busca-los!

#pensandoalto




 Nem tudo na vida são flores, existem dias em que as coisas não correm tão bem… e tá tudo bem, porque os conflitos chegam até nós para que possamos diversificar nossos posicionamentos ou mesmo solidificar alguns deles de maneira positiva. A maneira positiva é aquela onde algo pode funcionar com leveza, quando estamos conscientes das consequências e que elas estão alinhadas a um propósito maior.

Viva a sua vida com propósito, com vontade de ser e fazer o bem, assim qualquer conflito será apenas um momento de superação e aprendizagem.

Futuro

Não devíamos sentir medo do futuro, mas muitas vezes sentimos. Apesar de saber que o futuro não existe eu em alguns momentos sinto medo dele, são tantas coisas que podem acontecer, que podem vir a existir; e algumas vezes dá medo até das coisas boas que estão por vir. Muitas vezes na vida senti medo de ser feliz, porque sempre acreditei que a felicidade podia ser uma cilada, que depois de momentos felizes viriam momentos de grande provação. Com a maturidade fui percebendo que realmente a felicidade é momentânea assim como os momentos de provação; a vida é como uma grande montanha russa, as vezes estamos no alto outras vezes em baixo, precisamos manter a mesma disposição interna seja no alto ou no baixo, uma disposição otimista.

#pensandoalto

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Incontrolável


Uma vez aprendi que a a vulnerabilidade é uma característica de pessoas capazes de estabelecer conexões fortes e verdadeiras, ouvi isso em um TED da Brené Brown, ouvindo essa música lembrei dessa palestra. Muitas vezes é preciso deixar a armadura de lado; pois é isso que vai garantir uma vida com mais significado, só deixando a armadura de lado se pode ser quem é verdadeiramente. 
Tudo bem sentir medo de demonstrar alguns sentimentos, tudo bem se fazer de forte quando na verdade está um "caco" por dentro. Mas lembre-se que na maioria das vezes a verdadeira bravura está em saber expressar seus sentimentos, suas fragilidades; importante é dizer aquilo que precisa ser dito, fazer o que precisa ser feito, com ou sem a armadura. 

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Não existe evolução sem mudanças


 


Essa frases é bem conhecida "não existe evolução sem mudanças" estamos sempre abandonando um formato para adquirir outro, para alcançar algo novo, que chamamos de melhor, mas fazer esse movimento na maioria das vezes exige vencer uma emoção, o medo. Lembro quando decidi morar sozinha, aluguei uma kitnet, era uma cozinha até ampla um quarto suíte, eu estava muito feliz, animada; minha mudança da casa dos meus pais para esse espaço novo incluía minha cama, um aparelho de televisão, duas poltronas e uma mesa desmontável que estava sem uso na antiga padaria dos meus pais. Eu teria que comprar então a geladeira e o fogão, indispensáveis a nova vida que eu ia levar, também tive que comprar um guarda roupa, queria ser minimalista, ter o mínimo, afinal também, o lugar era pequeno. Eu estava tão feliz, realizada, de verdade. O tempo passou, aquele lugar começou ficar pequeno, a cozinha ampla que antes me parecia tão legal começou se tornar escura, abafada, coloquei alguns quadros tentei trazer algumas plantas, mas as plantas morriam logo, apesar do meu cuidado, então percebi que não tinha ventilação naquele lugar, a porta da cozinha dava para um corredor que era coberto, o prédio era composto por dois blocos, o meu bloco tinha quadro kitnets, e o bloco em frente que era ligado por esse corredor coberto tinha mais 6 kitnets; qualquer barulho que qualquer vizinho fizesse era audível, era como se morassem todos na mesma casa em cômodos separados, quando fui morar lá não notei que não teria privacidade e que dependia tanto da politica de boa vizinhança, mas no ano de 2020 com a chegada da pandemia do coronavírus os vizinhos, assim como eu passamos mais tempo naquele lugar, e alguns problemas começaram ficar muito evidentes. Eu era a mais velha, gosto de dormir mais cedo, para os vizinhos jovens conversas até altas horas eram comuns, o entra e sai da garagem, enfim... por um tempo cada coisa que antes nada significava começou ganhar um tamanho diferente. 

Sim, resolvi então me mudar. Mas mudar significava um esforço, um esforço em procurar um lugar novo, escolher implica sempre em perder, gosto sempre de frisar isso, porque para cada lugar que eu dizia não estava diminuindo uma possibilidade, e eu sentia medo de estar deixando algo que poderia ser o ideal, até que me olhei, me olhei profundamente como eu não costumava fazer, e notei que eu estava escolhendo baseada nas minhas crenças de que eu não merecia um lugar confortável, eu merecia um lugar mediano que fosse um pouco maior do que a kitnet. Todos os lugares que me chamavam atenção de maneira positiva eu dizia "é muito". Foi bem difícil, visitei alguns lugares, até que resolvi ir em um desses que eu dizia "é muito", entrei e me senti tão leve, era espaçoso, iluminado, bem ventilado, com uma vista linda, e muito próximo ao meu trabalho; mas pensei "é muito pra mim". 

Nem preciso dizer que continuei procurando, só que depois de ter visitado aquele apartamento "muito" ficou difícil aceitar qualquer outro, preciso dizer, passei quase três meses pensando sobre escolher aquele lugar que eu havia gostado tanto, eu sabia que alguém poderia vir e alugar ele antes de mim, só que mesmo três meses depois de tê-lo visitado ele continuava vazio; fiz todas as contas possíveis e todas elas me mostravam que ele não era "muito" para o meu orçamento, considerando que eu trabalharia a pé, teria mais espaço e comodidade, enfim, tudo isso para dizer que eu estava com muita dificuldade de aceitar fazer essa mudança, estava difícil aceitar que eu iria para um degrau a mais, evoluir. 

Umas semanas antes da grande decisão visitei por desencargo de consciência uma casa que havia visitado também três meses atrás e que eu tinha até gostado, também próxima ao trabalho, um sobrado, estava pintado numa cor que eu não gostei, tinha um gabinete de pia que eu trocaria na primeira oportunidade, e era muito abafado, mas apesar disso tudo eu quis visita-lo mais um vez. Pedi que um amigo me acompanhasse, e achei muito pertinente um comentário que ele fez dizendo que a economia que eu ia fazer ficando naquela casa e não no apartamento que eu tanto gostei era uma economia boba; porque na verdade colocando na ponta do lápis a diferença monetária era pequena, mas o que eu estava impedindo a decisão era algo lá dentro de mim que não estava aceitando estar numa melhor condição. 

É curioso como nós temos um mecanismo altamente sofisticado de auto sabotagem, que acionado instantaneamente, e involuntariamente. Não me esqueço do dia que eu fechei o contrato com o apartamento, era um misto de alegria, culpa e medo. Mas enfim, me mudei, foram os dias mais cansativos que já vivi, porque eu estava mudando, tudo estava mudando, eu estava aceitando que eu me tornei, e isso tinha um custo emocional e energético enorme. Talvez você esteja lendo isso e pensando, que bobagem, mas significou tanto para mim. E significa, todos os dias agradeço por cada espetáculo que vejo da minha janela, e penso no investimento que fiz para a minha qualidade de vida, agora minhas plantas sobrevivem, vivem felizes, assim como eu, quando vejo a casa toda iluminada com os raios do sol pela manhã, e quando também posso apreciar o lindo despedir do sol ao final das tardes. Ainda não completei um mês nesse espaço novo e não vi ainda um dia de chuva daqui, mas imagino que vai ser também fantástico. 

Aceitar as mudanças implica em aceitar a própria condição evolutiva, sempre que saímos de um estado para outro existe uma resistência e um esforço, se conseguirmos vencer a resistência e colocar energia para alcançar o novo estado com certeza realizações imensas podem nos alcançar. Hoje escrevo daqui do meu espaço novo, ouço tocar o sino da catedral me avisando que são 22 horas, entra uma brisa fresca pelas janelas, meu sofá chegou ontem, escrevo sentada nele, e sei que que cada dia vou deixar esse espaço mais bonito e aconchegante, ainda tenho medo, mas sigo com ele, não o enfrento, mas vou em frente com ele, usando meu medo como propulsor não como freio, sei que posso e mereço estar aqui e espero que as mudanças da sua vida encontrem muita evolução, muito crescimento, e que apesar das incertezas você acredite sempre que todos os sonhos podem se tornar reais, o maior empecilho para a realização deles muitas vezes é você mesmo! Confie em você!


sábado, 5 de dezembro de 2020

Mulan - live action 2020


Sempre gostei de assistir filmes e falar sobre minha impressão sobre eles, tem algum tempo não faço isso, antigamente enquanto estudante me sobrava algum tempo, e as responsabilidades eram menores, agora minha realidade é outra, mas meu gosto de assistir filmes, series, ler e devanear não mudaram, só me falta tempo para redigir um texto para compartilhar, com a estreia no streaming da Disney Plus do filme Mulan, me peguei novamente entusiasmada por algo novo, que não é tão novo, mas essa coisa que criaram de transformar os desenhos animados em live action, acho que é assim que chamam, me gera uma curiosidade. Com a pandemia e os cinemas fechados me senti órfã daquela sensação gostosa da novidade, da expectativa por uma estreia. 
A animação de 1998 teve algumas mudanças no live action, mas alterações compreensíveis, senti falta do Mushu, mas Xianniang, aquela linda feiticeira trouxe algo mais maduro à história, a direção que de uma forma humorada era dada por Mushu, ganhou um ar mais serio com Xianninang, e sua figura foi fundamental para que Mulan pudesse compreender sua essência, ela possui um poder muito grande, o que chamam de Chi, mas que precisou ocultar para ser aceita socialmente, mas aquele poder a diferenciava de todos e tinha um propósito. 
Muitas vezes escondemos nossos dons, nossos talentos e inclusive nosso temperamento para nos enturmarmos, para fazer parte de lugares que nem nos cabem, que não trazem algum aprimoramento ou evolução. Para mim Mulan, nessa versão live action, trouxe um olhar especial para a questão da importância de seguir as virtudes sempre, lealdade, coragem e verdade, e fundamentalmente de usar dessas virtudes primeiramente para consigo mesmo, ser leal, corajoso e verdadeiro com o outro é primeiro ser tudo isso para si; só assim nossa verdadeira força aparece, só quando podemos realmente ser quem somos. 

domingo, 2 de agosto de 2020

O copo quebrado

Outro dia ouvi alguém contar uma história que fez muito sentido, a pessoa dizia que algumas coisas na vida são como um copo que se quebra, não existe uma maneira de fazer com que ele seja um copo inteiro novamente, ele se quebrou e perdeu sua utilidade, e então é necessário que se junte os cacos e se jogue fora o copo, caso contrário, se mantivermos os cacos do copo em nossa vida, podemos eventualmente nos ferirmos com eles. 
Existem coisas que acontecem em nossa vida que são inevitáveis, e irreparáveis, mas algumas vezes essas coisas acontecem abrindo possibilidades para que outras coisas possam tomar lugar em nossas vidas. Assim como na história do copo que se quebrou, um espaço se abriu naquele lugar onde ele era guardado, e esse lugar poderá agora ser ocupado por um copo novo, ou por um outro objeto, ou simplesmente ficar livre, importante é saber que não se pode manter os cacos, os restos do copo quebrado, mas jogar tudo o que se tornou inútil, só assim os espaços poderão se tornar saudáveis. 
Muitas vezes fazemos da nossa vida um armário cheio de cacos, são lembranças dolorosas que teimamos em manter ao alcance de nossos olhos, é urgente fazer uma limpeza, abrir espaços. Dias atrás antes de ouvir essa história do copo eu estava me vendo presa a uma dor dilacerante, a dor de não ter controle sobre alguns eventos da minha vida, eu sempre soube que existem coisas que não controlamos, e por mais que eu entenda e acredite no poder do pensamento, eu sei que existem coisas que estão além do nosso entendimento, e que não vão se manifestar, simplesmente porque pensamos nelas, vão se manifestar porque merecemos, porque existe uma necessidade, um sentido dessas coisas se manifestarem, por mais que eu queira que um copo que caiu nunca tenha se quebrado, não poderei nunca mais tomar meu suco de laranja nele se ele se quebrou. Existem coisas que queremos muito, mas que são como os copos que se quebraram, não servem mais, se mantivermos a vontade de manter um copo quebrado em nossas vidas, sofreremos sempre que chegarmos perto dele, porque eventualmente iremos nos ferir nos cacos. 
Existem coisas que não estão sob o nosso controle, essas coisas são assim desde o inicio da criação, não podemos ressuscitar um ente querido que se foi, por mais que tenhamos um grande desejo de ter uma máquina capaz de fazer voltar no tempo, tal equipamento ainda não existe, existem coisas que se perdem, que se quebram, que simplesmente não podem continuar conosco, e tudo bem, a vida continua apesar disso. Aprendi então que posso me lembrar dos bons momentos com aquele copo, do dia lindo em que ele chegou à minha casa, mas que ele se quebrou, e eu preciso jogá-lo fora. 
Pegue suas dores, junte elas, agradeça o tempo que elas estiveram na sua vida, se dói hoje um dia não foi dor, e por isso deixe as ir... solte a sua dor, para que o espaço fique livre e que se possa instalar nesse espaço sentimentos bons, novos acontecimentos, a vida não para e existem coisas lindas acontecendo o tempo todo. 

terça-feira, 5 de maio de 2020

O que vai mudar daqui para frente? A vida não será mais como antes, como será o cotidiano após o Covid-19

Acredito que tudo vai mudar, não vamos mais ser os mesmos de antes, o Covid-19 é uma espécie de grande lição, eu o vejo como uma oportunidade, e penso que seja muito bom que a vida não seja como ela era antes, porque nós não estávamos vivendo, estávamos apenas existindo. Acordávamos pela manhã já com o “piloto automático” ligado, meio que hipnotizados pela rotina; quantas vezes eu chegava no final do dia e nem lembrava o que tinha no meu café da manhã. Quando digo estávamos apenas existindo, porque não tínhamos consciência de nosso papel no mundo, a vida estava superficial e vazia; agora temos a oportunidade de olhar para tudo isso.
Tudo que se refere a coletividade vai sofrer impacto, principalmente enquanto não existir uma vacina que nos imunize do Covid-19. No Brasil uma das mudanças importantes está relacionada ao que tange a higiene, nunca fomos muito preocupados com essas questões de higienização de ambientes, de mãos, esse tipo de cuidado é essencial para a saúde em todos os aspectos, muitas intoxicações alimentares começam com a negligência de lavar as mãos, inclusive esses vírus são incluídos em nossa vida pela falta de higiene, sofrem mutações quando encontram com um e outra “sujeira” ter consciência disso a partir de agora pode evitar, inclusive, que novos vírus surjam. A maioria de nós adotara o uso de máscaras, o que já acontecia em países do oriente, como Japão, China, Coréia, agora nossa cultura também vai usar esse acessório como proteção, já ouvi muitas pessoas dizendo que usarão para sempre principalmente em transporte coletivo.
A escolha dos espaços que visitaremos a partir de agora terá também critérios mais refinados, como consumir em locais públicos e coletivos, os restaurantes, bares, lanchonetes, lojas de departamento, todos esses estabelecimentos que hoje estão fechados por não serem considerados essenciais trarão um novo conceito, imagino que não vamos mais nos sentir tão confortáveis em lugares cheios, como as praças de alimentação de shoppings no almoço de domingo. Talvez muitos continuem a cozinhar a própria refeição e vão perceber nisso além de certa economia um prazer especial. Estar em casa, no lar, com a família e perceber que é possível ter tempo para isso foi uma das maiores lições e oportunidades que o Covid-19 proporcionou. Valorizaremos muitos mais o lugar onde vivemos, e as coisas que podemos fazer nesse lugar. Assim como consumir com maior consciência o que significa não desperdiçar e não ser refém do consumismo, ter o necessário.
Nossos hábitos sociais, e aqui eu quero enfatizar para o fato de que no período da quarenta muitos tiveram tempo de refletir sobre o fluxo de atividades que vivenciava antes da pandemia, a maioria de nós estava sobrecarregado, muitas vezes os compromissos sociais, profissionais e familiares tiravam tempo para que se pudesse pensar na qualidade de vida que gostaríamos de fato ter. O confinamento fez muitos de nós perceber que não havia necessidade de estar tão ocupados com eventos que em sua maioria não proporcionavam nada além de ressecas, quilos a mais e fofocas dispensáveis. A qualidade do tempo que despendemos nas atividades diárias agora deve estar na lista de prioridades e critério para eliminar excessos em nossa agenda. Já que passamos tanto tempo isolados, agora é hora de escolher estar perto de pessoas que nos façam realmente sentir bem, e nos proporcione a vontade de sermos seres humanos melhores. Já que aglomerações, muito provavelmente, continuarão sendo evitadas.
Uma coisa importante que mudará após a pandemia do meu ponto de vista é o fato de que a partir de agora a vida vai receber um valor especial, porque percebemos que não temos controle sobre a maioria das coisas, mas temos responsabilidade em fazer boas escolhas, em priorizar o que realmente é importante, que ser feliz e ser ocupado são coisas totalmente diferentes, e que estar ocupado de ser feliz é ter tempo e energia para gerar um sentido onde ter  e ser são coisas distintas, e que ser é transbordar em esperança e por isso conseguir enxergar um arco íris em cada canto, é na adversidade e em momentos difíceis que geramos maior possibilidades de crescimento, e de encontrar as coisas que realmente importam.
O nosso cotidiano pós pandemia precisa ser repleto de presença, de propósito, sem desperdício de qualquer tipo, material ou emocional, só vai valer a pena sobreviver a tudo isso se pudermos ser melhores, se pudermos amar ao nosso próximo como a nós mesmos, e amarmos o lugar que habitamos em especial a Terra e o nosso próprio corpo, templo do nosso ser; se você ama a Terra e ao seu corpo, você ama ao próximo e pode proteger a ele e a si mesmo, gerando energia de pura luz e vitalidade.

sábado, 28 de março de 2020

Noites Traiçoeiras


Hoje estava procurando algo pra ler ou para assistir e encontrei essa versão linda da música Noites Traiçoeiras interpretada pelo meu grupo musical favorito, Roupa Nova, hoje cada um de nós está carregando um cruz pesada, alguns com medo, outros com esperança, mas todos num momento nunca antes imaginado fora das telas do cinema, a ficção parece estar chegando à realidade, mas uma coisa nesse momento que se faz muito importante é o amor, mesmo nos filmes, por mais difícil que fosse a história, o final trazia sempre um alento, um desfecho positivo. "Deus te quer sorrindo", isso faz tanto sentindo agora, precisamos de fé e de bom humor, precisamos de um sistema imunológico forte para que não passemos por noites traiçoeiras, e para que possamos carregar a nossa cruz com alegria de saber que o mundo está fazendo a gente chorar, mas se estivermos sorrindo conseguiremos vencer essa batalha.
Nunca esse sentimo de amor foi tão importante, quem mantiver essa vibração vencerá qualquer tormento!

Foco, Fé e muita coragem.


segunda-feira, 23 de março de 2020

Coronavírus - Um novo modo de viver


Quando estava escrevendo esse título me ocorreu um outro: Coronavírus um novo "medo" de viver, é isso que senti quando os efeitos dele começaram reverberar pelo mundo. Não é apenas um vírus, é um medo que alastrou pelos quatro cantos do mundo. Estamos agora todos reféns do medo, a maioria em suas casa, outra parte nas ruas, no trabalho, porque não podem estar em suas casas, uma boa parte da população precisa trabalhar, e muitos estão com "medo" porque não tem trabalho, e estão em casa sem saber como viverão daqui para frente.
Fato é que ninguém estava preparado para uma pandemia, sempre tudo começa muito tímido, pequeno em algum lugar por aí, quando muito falam o nome desse lugar e ele começa a soar familiar a coisa já tem um tamanho que não se pode conter. Esse vírus por incrível que pareça não tem letalidade grande: "Apesar dos alarmantes números de mortes, a taxa de letalidade do novo vírus não passa de 3%, menor do que a da SARS (8%) e da dengue (3,8%)". (fonte: https://exame.abril.com.br/brasil/nao-ha-motivo-para-panico-coronavirus-segue-proximo-de-uma-gripe/) esse percentual mostra como ele gerou um "medo" de viver. A maior parte da população irá contrair o vírus e alguns não manifestarão os sintomas, existe uma população que inevitavelmente é mais vulnerável ao vírus e que devem se preocupar, e que infelizmente vão contrair o vírus daqueles primeiros que não manifestarão os sintomas.

Por isso o alarde para que todos "fiquem em casa", isso é tão sério porque o vírus se alastra com facilidade, e os jovens digamos mais "saúdaveis" acabam sendo hospedeiros que levam para os vulneráveis esse perigo de vida, esses jovens talvez manifestem sintomas de uma gripe comum, ou realmente nem saibam que estiveram com o vírus dentro deles. Parece um pouco louco que as pessoas precisem agora se afastar umas das outras, que elas não possam se tocar, e que o motivo para tudo isso é algo invísivel, e muito nocivo aos vulneráveis. Estamos protegendos os idosos, e aqueles que carregam algum problema de saúde como diabetes, hipertensão, entre outros. 
Além dos prejuizos economicos que viveremos também teremos que lidar com os prejuizos emocionais. Agora além do isolamento teremos que manter uma boa saúde mental. Lidar com o a incerteza sobre o futuro, a falta de controle sobre as coisas que estão acontecendo, e o fato de que teremos que estar distante daqueles que amamos, e porque? Exatamente por amar eles demais. Não vamos querer contaminar ninguém, então também não vamos nos contaminar e para isso teremos que ficar o mais possível longe das pessoas. 
É um novo modo de viver, que vai nos acompanhar ai pelo menos nos próximos meses, esperamos que tudo isso passe rápido, mas não é um pesadelo do qual se acorda e se deixa no esquecimento, não se acorda de algo assim, se vive algo assim interna e externamente, e nunca mais seremos os mesmos. E por isso é hora de olhar para tudo isso com esperança, o medo é algo que existe para nos proteger, não para nos matar. Precisamos aprender lidar com o medo, encarando ele de frente, ninguém coloca a mão no fogo, porque sabe que vai queimar, então ninguém precisa desobedecer as orientações das autoridades frente a essa pandemia, vamos obedecer por proteção. 
Vamos nos manter presentes, despertos para tudo isso, tirando disso lições valiosas. Eu estava pensando na vida corrida que eu mantinha, sempre com a agenda cheia, sempre correndo, preocupada com coisas que nesse momento não significam nada, esses dias no inicio da minha quarentena fui arrumar o guarda roupa, dobrando as peças empilhando fui percebendo quanta roupa eu tinha, agora em casa sem a necessidade de sair, percebo que não preciso de tudo aquilo, mesmo quando saia para trabalhar todos os dias, olhos os pares de sapatos nas caixas fechadas agora, tenho usado o mesmo sapato para sair, para evitar trazer contaminação, para facilitar a higiene, pois bem... não vou mais a reuniões e os salto alto estão todos lá... será que eu precisa de tantos?
Quando faço a comida, agora com tempo, percebo como eu podia ter reservado mais tempo naquela minha agenda cheia, para mim; e fico pensando em quantas vezes eu comi correndo, sem nem apreciar o sabor do alimento. Esses dias tive que sair para pegar algumas coisas na casa dos meus pais, e no caminho são 20km eu percebi aquela rodovia agora vazia de carros, um ou outro, o céu claro e muitas borboletas pelo caminho, agora elas tem espaço.
É um novo modo de viver, que cada um vai experimentar do seu jeito, cada uma vai abrir um livro pessoal, vai olhar para as páginas lá do inicio e talvez desejar agora reescrever a própria história com um enredo diferente, quem sabe você assim como eu esteja percebendo nesse caos a oportunidade de viver uma vida com mais qualidade e menos quantidade, uma vida com mais harmonia, e menos pressa, uma vida que realmente valha a pena ser vivida, num mundo onde as pessoas podem se olhar, e até se tocar, um mundo onde todos nós podemos então nos amar de verdade. 

terça-feira, 16 de julho de 2019

Metade



Hoje eu encontrei uma música do Thiago Brado, Metade, eu estava pensando em escrever sobre a minha nova paixão, e antes quis colocar uma música, e foi essa que encontrei... "tão perto mais distante" assim que eu me sinto em relação a diversas coisas na minha vida. Sabe minha nova paixão é um curso de pós-graduação que me matriculei para esse semestre, na PUC do Rio Grande do Sul, eu sempre quis ser aluna da PUC, lembro ainda quando eu passava na Av. Ipiranga em Porto Alegre e me apontavam a PUC dizendo olha, essa é a PUC, e eu pensava "quem sabe um dia estudo ai", estava tão perto mas tão longe, naquela época fazer uma graduação já era algo um pouco distante, meus sonhos se resumiam em sonhar o sonho dos outros, e eu estava lá na terra dos gaúchos pensando em viver um sonho de amor, estava noiva, planejando um casamento, mas lá eu encontrei algo que foi muito importante, lá eu conheci a terapia floral, o reiki, e dei inicio ao que hoje é minha carreira profissional, o noivado acabou, acabando, eu sei que nada é por acaso, eu precisei fazer todo aquele caminho para estar onde estou hoje, e só poderia ser daquela maneira. Meu ex-noivo foi um dos homens mais incríveis que eu conheci, e com certeza um dos mais especiais que passaram pela minha vida, e sempre vai ter um lugar especial na minha história, pena eu não poder contar pra ele toda essa jornada, todo esse movimento que me leva novamente para a Av. Ipiranga. Na verdade não estarei presencialmente lá, o curso é totalmente online, uma plataforma incrivelmente atrativa, e de outra maneira não poderia fazer esse curso agora, com a distancia daqui até o campus de lá, por isso mais uma vez "tão perto mais distante" mas ainda assim na PUC-RS.
O curso de pós-graduação em Psicologia Positiva é minha nova paixão, e é assim mesmo que me sinto, como tem muito tempo que não sinto, é um amor tão grande pela ideia de finalmente algo fazer com sentido, sinto que encontrei o verdadeiro sentido da vida. O trabalho que tenho desenvolvido tem me deixado muito feliz, e percebo em cada olho brilhante que deixa a minha sala que estou no caminho certo, vejo a evolução de cada atendimento, cada cliente, mas confesso me sinto metade, não sinto inteira, agora encontrei algo para me completar. Eu sempre tateei entre teorias e abordagens distintas, mas sentia falta de ter uma que fizesse um sentido especial, e já em 2004 quando encontrei o livro Felicidade Autêntica meus olhos brilharam e me lembro que naquele momento pensei, essa é a psicologia que quero executar, e agora com sua nova abordagem no livro Florescer senti aquele momento "EUREKA!" senti que tudo fez sentido, cada passo que dei me levou para esse momento, daí quando uma amiga disse, "olha estou interessada por uma pós que você vai gostar" minha vida se iluminou.
E se você achou que eu ia falar de amor, de amor romântico, até a música metade diz que é no "Senhor", ou seja, em Deus que vou achar a minha outra parte, para mim Deus é essa energia maravilhosa que costumo chamar Universo, e as vezes me faz sentido chamar de Amor, e se encontrar amor em algo você será inteiro, e todas as coisas então "serão acrescentadas". Eu aguardo sim minha outra parte, mas a aguardo feliz com uma vida cheia de sentido, porque sei que posso levar esse amor, e esse sentido da vida para a vida do meu próximo e preencher assim esse lugar que alguns chamam de vazio, fazendo florescer então aquilo tudo de bom que carregamos às vezes escondido, como semente pronta para germinar. E então direi tão perto.... tão perto.


sábado, 8 de junho de 2019

Você pode

Hoje foi um dia diferente, meu irmão adotou um hobbie bem saudável, correr, e hoje foi um dia de corrida, e no caminho até o local da competição meu irmão foi contando algumas histórias, histórias de superação, daquelas pessoas que chegam por último, que não desistem, que são verdadeiros guerreiros, de pessoas que competem com muletas, porque não tem as pernas, enquanto muitos arrumam mil desculpas para iniciar uma atividade física. E lá na prova eu pude ver alguns desses exemplos, um pai que correu empurrando a cadeira de rodas com a filha, um menino com algum tipo de alteração motora que eu não identifiquei o nome, mas que correu 6km, e cruzou a linha de chegada muitíssimo feliz.  Viajamos cerca de 60 km até essa competição, e como foi gratificante só por ver essas atitudes dessas pessoas que eu nem conheço. Eu ganhei uma medalha, ela tem um Cristo bem grande, e olhando pra ela eu percebo que existem muitas coisas para viver, a vida está de braços abertos esperando que cada um de nós faça dela o melhor! Do jeito que cada um tem para fazer!

sábado, 11 de maio de 2019

Hábitos

Quando queremos adotar um novo estilo de vida inicialmente encontramos algumas dificuldades, e a maior delas, na maioria das vezes, somos nós mesmos.
Temos inúmeros condicionamentos que são reforçados dia a dia, hábitos enraizados em nosso ser, da mesma maneira que eles começaram eles podem terminar, mas é muitas vezes penoso desfazer um hábito. Não sei se algum dia você já tricotou ou fez crochê, eu vejo desfazer um hábito como desfazer um cachecol, dá um trabalho enorme enrolar toda a lã depois do novelo ter sido montado no cachecol, fica tudo embolado e confuso se você não for cuidadoso, e quanto mais longe você foi na confecção do cachecol, mais trabalho vai dar para desmanchar.
É assim com os hábitos, com os sentimentos, com cada coisa que aprendemos e tentamos desaprender, ou aprimorar. Fazer, desfazer, refazer.... num movimento que nunca para, nunca para porque estaremos sempre aprimorando ou desmanchando algo.
Ouço frases tão bem construídas no meu dia a dia, e sei que também uso dessas construções na minha vida, e quantas frases tive que descontruir. Que mania tola de dizer sempre frases negativas sobre mim mesma, que costume interessante criamos de nos maltratar. Por sorte a impermanência das coisas nos permite desfazer, refazer, e aprimorar nossas frases, inverter polos, e então escolher parar de se maltratar.
Quando foi que você precisou desmanchar o cachecol da na sua vida? Se você desmanchou com cuidado, pode usar a lã novamente, recriar, criar de novo, criar algum novo, de algo que não funcionou.

sábado, 20 de abril de 2019

Loja de Unicórnios - 2017

Esse é um filme que eu assistiria novamente, porque eu acredito que cada vez que eu ver ele terei uma perspectiva diferente, porque cada dia estamos nos tornando mais e mais adultos e sendo menos crianças, o que é uma pena, não devemos nunca deixar nossa criança "crescer", mas é claro precisamos sim saber o momento onde o adulto deve vir a existir.
Eu assisti esse filme sem muitas expectativas, Brie Larson hoje é uma atriz que está em alta depois de ser protagonista em Capitã Marvel e depois fazer parte importante de Os Vingadores Ultimato, que nem estreio ainda. Ela interpreta uma jovem muito criativa, e extremamente sonhadora, e que na sua maneira bem peculiar de ser parece existir num mundo paralelo. Então realmente um mundo paralelo surge diante dela com a oportunidade realizar um sonho antigo, ter um unicórnio.
É difícil de acreditar que alguém pode realmente comprar um unicórnio, e então vamos no desenrolar da história percebendo que para viver nossa vida de maneira efetiva precisamos abandonar algumas ilusões, na verdade precisamos construir pontes para a realidade.
Todos nós temos uma Kit dentro de nós, quantos sonhos frustrados de infância que nos perseguem, mas é tão gostoso quando notamos que tudo aquilo que acreditávamos ser importantíssimo ganha um novo significado, sabe aquela velha história de que a felicidade está no caminho e não na chegada. Esse sentimento acompanha o desenvolvimento da história, para comprar o Unicórnio Kit teria que assumir responsabilidades, e desenvolver habilidades sociais importantes, coisas que até então ela parecia desconhecer, ou de certa forma ignorar, mas ignorar de ser ignorante mesmo, não conhecer. E no desenvolvimento dessas responsabilidades e habilidades ela vai vendo que ter um unicórnio não era fundamental, ela havia conquistado muitas outras coisas no trajeto até poder comprar seu objeto de desejo, ela havia se fortalecido e se construído de uma maneira que jamais alguém poderia tirar dela. Ela poderia amar o unicórnio e ele a ela, mas havia muito mais amor para vivenciar, e muitas outras coisas para conquistar.
É uma história que faz pensar, e eu adoro essas histórias, eu também já sonhei ter algo assim "impossível" o que me faz lembrar da Mary Poppins que dizia que nada é impossível, realmente o filme Loja de Unicórnios mostra isso, nada é impossível, é só uma questão de acreditar, se dedicar, e acima de tudo, desenvolver habilidades que proporcionem usufruir da melhor maneira de tudo que a vida pode lhe dar.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Dramática

Algumas semanas atrás alguém disse que eu sou dramática, alguém que mal me conhece, quando acabamos de conhecer alguém é fácil julgar por esse ou aquele comportamento, é fácil julgar sem conhecer a história do outro. Talvez eu realmente seja dramática, mas o que é ser dramática? De acordo com algumas definições o drama remete ao exagero.
Passei a vida toda desde muito cedo procurando ser exemplar, boas notas, obediente, amiga dos amigos, uma menina que todos de alguma maneira admiravam. Mas na verdade eu não sei se eu era realmente uma menina assim. Meus pais, como a maioria dos pais, me educaram muito bem, mas me protegeram excessivamente, do que eles acreditavam ser "o mundo". Lembro com muita clareza de uma festa que a escola fez em um centro de eventos, no final foi jogado balas para as crianças, eu me lembro que não consegui pegar nenhuma, já estava na hora de ir embora e os pais já estavam esperando, naquele dia meu pai tinha ido me pegar, e ele veio na minha direção com as mãos cheias de balas, acho que eu nunca precisei lidar com muitas frustações na infância.
Não posso dizer que tive uma infância difícil, não éramos abastados, meu pai trabalhava muito, minha mãe ficava em casa e cuidada de mim e do meu irmão, e de tudo mais da casa, mas eles sempre nos proporcionaram tudo que era possível.
E como boa menina exemplar acredito que eles sempre imaginaram que eu era autossuficiente e sabia me virar, acredito que eu até sabia me virar, mas sentia um medo danado. Por isso talvez eu tenha preferido abdicar dos meus próprios desejos para viver o desejo dos outros, é como se eu não pudesse sonhar porque realizar um sonho era algo muito complexo pra mim, dava medo, então eu vivia ajudando os outros a realizarem os seus desejos, era mais fácil. Foi assim durante muitos anos. Então, claro, adoeci, porque uma vida sem sonhos é uma vida patológica, muitas pessoas do meu convívio não notavam isso acontecer, não notavam que eu estava sempre ajudando, ajudando, ajudando; raramente eu pedia algo para mim, e elas sempre acreditavam que eu já tinha o suficiente.
Não sinto que eu seja dramática, exagerada ou algo do tipo, eu sinto que vivi muita coisa na vida, e essa bagagem as vezes pesa, estou cada dia me livrando do peso de algumas emoções, mas confesso que em alguns momentos é complicado pra mim cobrar o meu espaço diante de algumas situações, mas tenho enfrentado o medo, e como todos pegam pedaços de histórias, não olham o contexto podem sim me achar exagerada, cobrando que me olhem como sou, e não como acreditam que eu deva ser, talvez por isso possam me achar dramática quando eu digo o que penso, quando coloco o que sinto, porque esperam de mim um outro comportamento, esperam de mim uma passividade, mas eu não sou uma pessoa passiva, como eu acreditei por muitos anos que eu fosse.
Eu acreditei em muita coisa, acreditava que eu era tímida, que eu era fraca, que eu não tinha potencial, porque eu sempre tinha dificuldades de interagir com as pessoas, sempre acatava tudo que me falavam, e não lutava por coisas que eu queria. Hoje eu vejo que não era timidez, fraqueza ou falta de potencial, era apenas medo, medo do julgamento dos outros, eu tinha que ser exemplar, e me achava um rascunho, uma manuscrito que não seria editado. Percebem o drama? O exagero? Na verdade quando me chamam de dramática, talvez poderiam dizer, boa observadora. Eu enxergo as coisas, eu vejo as coisas acontecerem e expresso o que sinto, porque hoje eu não preciso ter medo de ser quem sou, de dizer o que penso, e realizar os meus sonhos.
Talvez o meu drama seja esse, lutar pelo meu espaço e dizer o que sinto da maneira que eu sinto, claro sem querer ofender, diminuir ou coisa do tipo, mas também não deixando que ninguém me ofenda, diminua ou faça de ridícula.
Cada um de nós tem o direito de lutar por si mesmo, por seus ideais, por suas convicções. Sou muito grata a tudo que a vida me proporcionou como aprendizado, inclusive os momentos que me tornaram tão dramática, porque é fácil para quem vê de fora julgar, se pudéssemos experimentar a vida do outro a quem julgamos, muitas coisas seriam diferentes.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Nada por Acaso

Eu descobri finalmente meu hobbie, é escrever, e então estou aqui aproveitando desse meu prazer para deixar registrado que segundas feiras podem sim ser um dia maravilhoso. Sempre tudo depende única e exclusivamente de nós mesmos. Meu dia começou já com alguns imprevistos, e no primeiro imprevisto já notei que eu tinha duas escolhas, ou eu aproveitava do tempo que ele me proporcionou, ou eu reclamava do tempo que ele me proporcionou, como ando aprendendo as lições resolvi escolher a primeira, então coloquei em ordem algumas coisas que estavam em pendência, e consegui arrumar todas. Então mais tarde tive um outro imprevisto, e eu percebi que novamente tinha duas escolhas, ficar chateada porque esperei e algo não veio, o que custou meu almoço, ou aproveitar o tempo e o lanche leve que eu havia feito para poder meditar, coisa que muitas vezes não consigo fazer por falta do danado do tempo; já sabem né, eu meditei. Então o dia seguiu, eu tinha um terceiro imprevisto e eu que não sou de acreditar em simples e meras coincidências resolvi continuar na "vibe" e escolher fazer o melhor com o meu tempo, então coloquei minha playlist "saudosismo" peguei estrada e fui buscar uma encomenda que eu havia delegado para outros pegarem para mim, mas que esses não tinha conseguido pegar, fui então eu mesma, peguei a encomenda, tinha ainda algum tempo então fui visitar minha mãe, tomar um cafezinho na padaria, e então ganhei aquela cereja do bolo sabe, um senhor simpático entrou, e minha mãe foi logo dizendo: "Essa é minha filha" esse senhor com um sorriso veio em minha direção e apertou a minha mão, essa mão foi a primeira mão que me tocou na vida, ele foi o médico que fez meu parto, na hora eu nem me dei conta de como aquele aperto de mão era importante, mas no caminho de volta ao trabalho, novamente com a minha playlist tocando eu me dei conta da importância daquela mão, e não é me "achando", mas então pensei na importância da minha vida.
Cada um de nós está aqui para desempenhar um papel, não diria cumprir, mas desenvolver, não estamos apenas para executar tarefas, mas para melhorar a nossa própria vida e a vida das pessoas que nos cercam. E cada um de nós está onde precisa estar, nada está fora do lugar. Hoje eu me senti com um folha que se desprendeu do galho alto de uma árvore, e me deixei levar pelo vento, sem questionar para onde ele poderia me levar, apenas agradecendo o fato de existir um vento que poderia me levar para algum lugar. E de fato com o sentimento de gratidão no coração, meu corpo se animou, fez movimentos, pensou coisas, resolveu conflitos, descansou, e eu percebi que não dá pra controlar o vento, não dá pra controlar a vida, a vida é esse vento, e ela vai te levando onde você pode aprender mais e mais.
Aproveite bem o seu Hoje! seja ele o dia que for!