sábado, 20 de março de 2010

em 13 de setembro eu escrevia:

Cada ser humano tem um mundo interior que só o próprio indivíduo tem acesso, às vezes nem ele mesmo se sente capaz para acessar a si mesmo, porque existem muitos conteúdos inconscientes que parecem ser inacessíveis, às vezes me pego tentando dar sentido aos meus atos falhos e percebo como é difícil identificar os motivos de certos atos, certos esquecimentos e até mesmo de certos insights que tenho, enquanto outras vezes isso parece bem natural. Cada vez mais fico apaixonada pelos estudos de Freud, cada vez mais vejo a importância de conhecer-me para poder utilizar de tudo que aprendo. Ter consciência de que cada indivíduo possui particularidades não é tão difícil, mas é muito complicado aprender lidar com essas particularidades individuais, principalmente em um mundo como o contemporâneo, principalmente se levarmos em conta a cultura capitalista a qual estamos inseridos. Mas levando em conta que somos seres sociais é muito importante aprender lidar com as diferenças, sempre me pego a pensar nos meninos lobos e como seria ser criada em meio aos animais sem o contato com esse mundo “civilizado” que conheço, com certeza seria algo extremamente diferente, e qual sentido teria minha vida em meio um mundo não “civilizado”?
As teorias evolucionistas nos levam a ideia de que o sentido da vida é a evolução, é perpetuar a nossa espécie, dar continuidade aos nossos genes por meio da hereditariedade, mas hoje em dia é comum nos depararmos com pessoas que escolheram não ter filhos, pessoas que dão maior destaque para outros conteúdos, por exemplo, o conteúdo intelectual, mas esse conteúdo intelectual, ao meu ver, também pode ser encarado como uma maneira de perpetuar-se, foram grandes os filósofos, pensadores, cientistas que deixaram seus “genes” ou conhecimento como preferirem, em diversos veículos escritos; claro isso é uma comparação muito simplista, mas razoável. Suas idéias vivem até hoje, ou foram modificadas, aperfeiçoadas.

Talvez hoje eu esteja tentando refletir com tudo isso sobre os mecanismos que nos tornam indivíduos cheios de desejos ou vontades; toda essa conversa meio que cientifica me veio a cabeça depois de assistir o filme Up Altas Aventuras, um filme espetacular, bem pra mim ele foi espetacular, com certeza algum outro, com suas particularidades individuais faça uma critica diferente, mas eu com as minhas particularidades achei o filme espetacular, uma historia até simples, como tantas historias, mas cheia de magia e encanto, que a muito tempo eu não via, as crianças de hoje já não são como as de antigamente, por isso muito do que é produzido pra elas perdeu a essência que nunca deveria ter sido perdida, e em Up Altas Aventuras eu pude sentir essa essências resgatada, mas claro com um toque de contemporaneidade. E que toque, afinal as animações em 3D trazem um novo toque aos desenhos animados, nesse em especial as imagens parecem mais vivas, talvez por que se possa emocionar com elas.
Eu me emocionei logo de cara, com a de maneira simples como foi apresentada a vida de Carl Fredricksen, para que se pudesse entender o sentido de sua vida, mesmo sem muitos diálogos tudo era explicado em imagens. Viveu grandes momentos felizes ao lado daquela que foi a pessoa mais importante para ele, o destino não permitiu que tivessem filhos, mas viveram sempre com a mais pura ternura e amor, e o pequeno Russel tão cheio de boa vontade e otimismo, amante da natureza trouxe algo que há muito tempo eu não via em filmes infantis, a inocência das crianças. É um filme para todas as idades, que tem a capacidade de enriquecer o mundo interior de qualquer um.

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