sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Chuva

Hoje aqui passou um vendaval, tudo ficou vermelho, cor da terra que subiu e o vento fez rodopiar, a sensação é tão estranha, porque o vento sobe a poeira e o pouco que podemos fazer é fechar tudo e deixar o vento soprar lá fora, ou ficar de espectador. Depois do vendaval, como prêmio para aqueles que torciam por um final feliz, depois de tanta sujeira que ficou bagunçada no chão, veio a chuva, que de começo apareceu timida, depois com um pouco de força foi limpando o chão. Perfeita é a natureza. Nós seres humanos é que não somos, não sabemos nem mesmo cuidar do nosso espaço urbano. Tanta enchente e desastre decorre de uma falta estrutural nas cidades, que apenas se prepararam para habitar, e não para viver. Porque viver, viver é absorver também a natureza, com serenidade, sem apavoro, sem medo, é poder ser espectador, e não protagonista de drama concorrendo ao Oscar, viver é estar e compartilhar, não só habitar, ou seja, não só morar.
Quanta sujeira vi voando pelo ar, quantos saquinhos de plástico, quantas embalagens, copos descartáveis, seria muito mais bonito se só rodopiassem no ar, as folhas secas que cairam das árvores, as flores amarelas dos ipês.
Agora o ar fresco lá fora me inspirou ouvir algumas músicas, não por acaso, encontrei a música, Chuva, do cantor Zeca Baleiro, melodia maravilhosa que acompanha o lindo poema que segue abaixo, que tocou fundo meu intimo, pois ainda nessa manhã quando sol brilhava, eu ouvia uma estação de rádio, era o horário do horoscopo, o meu dizia: seu sol está numa posição que o deixa introspectivo, voltado para si nessa fase. Sempre a chuva nos faz parar, nos abrigar, nos proteger, como diz a canção, é ruim ter tanto amor sendo só, mas em meus momentos introspectivos percebo que mesmo estando apenas comigo mesma, não estou sozinha. Só Deus pode me consolar, e ele consola, sempre!


Que todos nós possamos apreciar melhor a chuva passar, se cada um fizer a sua parte, se cada um respeitar o seu espaço, poderemos ser espectadores, sempre, de grandes maravilhas da natureza.


Chove lá fora
Qual chuva dentro
Do meu coração
Sinto a tristeza caindo, em
Pingos de dor
Solidão
É ruim ter tanto amor
Sendo só
Que o sol não ousa nem
Chegar
E só Deus pode me consolar
Dessa dor
Ah! como você foi ruim
Nem meu pranto fez
Você ficar
Nem a chuva fez

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